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Eduardo Alves de Moura: o confinamento deve ter um diferencial para atrair clientes, associado a mostra de resultados obtidos em anos anteriores

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Eduardo Alves de Moura, um dos finalistas na categoria Empreendedorismo em Confinamento.

Fotos Eduardo Alves de Moura I

Eduardo Moura é formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Trabalhou por 20 anos na instituição financeira Banco Garantia, onde foi diretor até 1993, ano em que adquiriu sua primeira propriedade rural com criação de gado: a fazenda Nova Viena, em Nova Xavantina (MT). Há 15 anos no mercado, a Marca Agropecuária, tem como princípio a terminação de animais de qualidade num ciclo mais curto, frisando a satisfação dos clientes internos, externos e colaboradores.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Eduardo Alves: Como qualquer outro projeto empresarial, um confinamento de gado de corte deve ser amparado por pessoas hábeis para planejar e competentes para executar. Traçar estratégias de compras, vendas, relação inter-pessoal, tem sido o grande diferencial para um gestor bem sucedido.

Trata-se do tão falado “capital intelectual”, que nada mais é que conhecimento, experiência e especialização, gerando ferramentas e estratégias para ser mais competitivo.

A gestão empresarial deve ter como foco o planejamento em todas as suas facções. Ações mínimas podem ser o diferencial no resultado. Observar os cenários mercadológicos, planejar, organizar e controlar a organização visando aumentar sua produtividade e sua inserção no mercado.

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BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Eduardo Alves: Por se tratar de uma atividade de alto risco, o confinamento de gado de corte tem inúmeros desafios. O entrave que mais gera discussão diz respeito às perspectivas de preço, tanto de insumo quanto de animais. A busca por custos cada vez mais baixos nas dietas, no entanto sem perca da qualidade, aliado a preços mais rentáveis no boi gordo mais adiante tem sido o compromisso dos empresários dessa atividade.

Outra instigação refere-se à necessidade de profissionalização. Tem-se um mercado cada vez mais exigente. A prestação de serviço seja por meio do boitel ou parceria exige gestão impecável: ter um diferencial para atrair os clientes, associado a mostra de resultados obtidos em anos anteriores.

Vale lembrar que os custos operacionais também são obstáculos embora não oscilem tanto. Negligenciar custos com operações diárias, assim como mão-de-obra qualificada acarretaria mais um impacto na eficiência econômica da atividade.

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BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um caso de sucesso? Por quê?

Eduardo Alves: O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) trata-se de uma das alavancas do Confinamento Eldorado. Implementado já há alguns anos atua como um instrumento voluntário de rastreabilidade gerido pelo Ministério da Agricultura, que permite conhecer a trajetória do produto de origem bovina, da fazenda até chegar à mesa do consumidor.

O programa já é uma exigência da União Europeia para importar a carne bovina brasileira, trazendo como vantagens a gestão de processos na propriedade e maior rentabilidade com preços diferenciados ao abate. No entanto, a adesão ao Sisbov pelos pecuaristas ainda é baixa, o que serve de estímulo a Marca Agropecuária para sua mantença.

Além de pertencer a Lista Trace, o Confinamento Eldorado prima por treinamentos e programas de gestão, sendo membro da ASSOCON e desenvolvendo atividades referentes a CIPA e Programa de Qualidade Assegurada.

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BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Eduardo Alves: A Marca Agropecuária tem investido assiduamente em seus colaboradores, tendo a gestão de pessoas como um de seus princípios, seja por meio da participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento dos funcionários.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? Por quê?

Eduardo Alves: Situar-se de acordo com a necessidade do mercado, com planejamento e tendo um processo de acompanhamento respaldado por profissionais competentes, adequando à realidade sempre que for necessário é o “up” da atividade.

Por ser uma atividade inconstante, exige do empreendedor perspicácia para prever possíveis riscos, bem como conhecimento para traçar estratégias de crescimento.

Tão importante quanto a gestão empresarial para atrair produtores com intuito de firmar vínculos com a empresa, existe a mão-de-obra qualificada no desenvolvimento de tarefas preponderando em melhores produtos.

Portanto, a Marca Agropecuária fundamenta-se no conhecimento técnico amparado por gestão de pessoas aptas a desenvolver as tarefas de forma eficaz.

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BeefPoint: Qual a mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Eduardo Alves: As incertezas que pairam sobre a atividade, tornam o cenário desafiador para o confinador. Com o preço do insumo em alta e dificuldade na compra de boi magro, o pecuarista tem sofrido com alguns entraves. Entretanto vale ressaltar que o confinamento promove ganhos expressivos de produtividade e que, de forma estratégica, possa ser utilizada como ferramenta com ganhos zootécnicos e financeiros à medida que sua utilização avança.

Basta estabelecer relações que possam servir de suporte ao desenvolvimento e aprimoramento da idéia do negócio e sua sustentação para que os resultados sejam promissores.

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Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.

3 Comments

  1. Antonio João de Almeida disse:

    Parabéns Eduardo pelo seu empreendedorismo!!!Participei com você no inicio do Confinamento da Marca e aprendi muito contigo na avaliação econômica do “negócio” confinamento.
    Você como empresário sabe o momento certo do investimento e sabe como gerir e valorizar seu pessoal.Conseguiu transformar uma fazenda comum do Mato Grosso em exemplo de empresa rural bem sucedida.

  2. Évila Munhoz disse:

    Parabéns Sr. Eduardo!

  3. Celso Casale disse:

    Quero parabenizar o Eduardo Moura e sua equipe pelo profissionalismo e competência com que administram o confinamento Eldorado. Nunca estão plenamente satisfeitos pois estão sempre buscando melhorias e estão abertos a novas ideias que possam contribuir para ganho de eficiência no confinamento.