Mercado Físico da Vaca – 10/10/08
10 de outubro de 2008
Mercados Futuros – 13/10/08
14 de outubro de 2008

Efeito da crise é reduzido, mas falta crédito preocupa

A desvalorização do real afeta diferentemente setores da economia brasileira. A carne bovina sofre, a princípio, efeitos benéficos com o aumento da competitividade no mercado externo. Os preços devem continuar estáveis também no mercado interno, apoiados na redução de oferta e o setor fica na expectativa da disponibilidade e custo do crédito.

A desvalorização do real afeta diferentemente setores da economia brasileira. A carne bovina sofre, a princípio, efeitos benéficos com o aumento da competitividade no mercado externo. O a arroba do boi brasileiro, que já chegou a US$ 60,00 e esta semana foi comercializada a US$ 40,06 com vencimentos para 30 dias, muito próximo dos US$ 42,00 do Uruguai e US$ 49,00 do Paraguai.

No último ano, O Brasil obteve bons resultados no exterior, com o aumento da demanda dos países emergentes. No mês de setembro foram exportadas 134 mil toneladas que renderam o recorde de US$ 454 milhões. No mesmo período do ano passado foi registrada uma receita de US$ 291,25 milhões com a comercialização de 128 mil toneladas.

Os preços devem continuar estáveis também no mercado interno, apoiados na redução de oferta e o setor fica na expectativa da disponibilidade e custo do crédito.

O pecuarista José Antônio Fontes, da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), critica a falta de crédito ao setor. Segundo ele, toda a cadeia da carne bovina é penalizada pela falta de recursos. Ele prevê até mesmo redução da produtividade porque o produtor pode abrir mão da tecnologia para diminuir custos. Para ele, o governo peca ao não liberar recursos para a agropecuária.

Fontes minimiza os efeitos da desvalorização da moeda. ”São espasmos especulativos; já estamos voltando à normalidade”, diz. Segundo ele, a estabilidade no mercado acontece porque estamos na entressafra.

Mas o clima este ano é um aliado do produtor. ”Com a ocorrência normal das chuvas, o pecuarista pode reter o gado pois ele não perde peso com a boa disponibilidade de pasto”, afirma. Para ele, a situação permite que o produtor ”administre” o abate, antecipando ou postergando a venda de acordo com o mercado.

O pecuarista afirma que os produtores terão problema se houver redução de consumo nos países compradores do produto brasileiro, como a Rússia, o que pode ocorrer em função da crise financeira global. Mas neste momento, diz, o pecuarista brasileiro deve agir com prudência, avaliando constantemente os custos e aproveitando os benefícios para reduzir impactos da crise.

A matéria é de Raquel de Carvalho, publicada na Folha de Londrina, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.