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Efeito da qualidade fermentativa das silagens sobre o consumo voluntário de bovinos confinados

O consumo de matéria seca de bovinos confinados é fator limitante para o sucesso dessa atividade, determinando o desempenho e, conseqüentemente, a lucratividade desse sistema de produção. A variação na qualidade de fermentação das silagens é um importante parâmetro, com relação direta ao consumo voluntário de matéria seca de bovinos confinados, e conseqüentemente sobre o desempenho desses animais.

O consumo de matéria seca de bovinos confinados é fator limitante para o sucesso dessa atividade, determinando o desempenho e, conseqüentemente, a lucratividade desse sistema de produção. A quantidade de alimento ingerida num determinado espaço de tempo, é considerado como o consumo voluntário de matéria seca do animal, sendo controlado por diversos fatores como: características do alimento e formas de fornecimento. É afetado também pela quantidade de forragem ofertada, no caso de animais sob pastejo, valor nutritivo da planta e o estado fisiológico do animal (manutenção, crescimento, gestação ou lactação). Qualquer fator que influencie o consumo, positiva ou negativamente, tem relação direta com o desempenho do animal.

A variação na qualidade de fermentação das silagens é outro importante parâmetro, com relação direta ao consumo voluntário de matéria seca de bovinos confinados, e conseqüentemente sobre o desempenho desses animais. Segundo Huhtanen et al., (2002), a qualidade da fermentação das forragens conservadas afeta diretamente o consumo voluntário de bovinos. As diferentes técnicas e processos de conservação de forragens afetam diretamente a qualidade dos processos fermentativos, levando a mudanças no consumo voluntário de alimentos.

Krizsan e Randby (2007) avaliaram as diferenças no consumo voluntário de bovinos de 24 diferentes silagens preparadas num período de 60 horas. Os diferentes padrões de silagens foram obtidos através da variação entre os aditivos e equipamentos utilizados no preparo do material. Os períodos de avaliação eram intercalados por períodos de fornecimento de silagem e feno padrão descrito na tabela 1.

Tabela 1. Composição química da silagem e feno padrões utilizados


Os valores de ingestão de matéria seca de silagem variaram de 1,79 a 2,65 kg de silagem por 100 kg de peso metabólico, com valor médio de 2,38 kg/100 kg de peso metabólico. Já a ingestão de matéria seca de feno foi em média 2,43 kg/100 kg de peso metabólico. As alterações de qualidade de silagens variaram de acordo com a tabela 2.

Tabela 2. Variações observadas na composição das silagens experimentais


A ingestão de matéria seca de silagens apresentou relação direta com o conteúdo de matéria seca, concentração de ácidos graxos voláteis totais, concentração de ácido lático e N-NH3. Os dois modelos mais eficientes para predição da ingestão, foram modelos que continham valores de concentrações dos ácidos propiônico, butírico e lático, explicando 75-84% das variações de ingestão de matéria seca observadas. No presente estudo, as concentrações de carboidratos solúveis não apresentaram boas correlações com a ingestão de matéria seca, não sendo indicado como parâmetro para tal avaliação. Os melhores parâmetros de qualidade de silagens observados para predição de ingestão de matéria seca de bovinos confinados, foram as concentrações individuais dos ácidos orgânicos propiônico, butírico e lático.

Os resultados apresentados, evidenciam a possibilidade de novos parâmetros para auxiliarmos nas predições de consumo de matéria seca de bovinos confinados, uma variável de grande importância nas avaliações e formulações de dietas.

Referências bibliográficas:

HUHTANEN, P.; KHALILI, H.; NOUSIAINEN, J.I.; RINNE, M.; JAAKKOLA, S.; HEIKKILA, T.; NOUSIAINEN, J. Prediction of the relative intake potential of grass silage by dairy cows. Livestock Production Science, v. 73, p. 111-130, 2002.

KRIZSAN, S.J.; RANDBY, T.A. The effect of fermentation quality on the voluntary intake of grass silage by growing cattle fed silage as the sole feed. J. Anim. Sci., v. 85, p. 984-996, 2007.

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