O sistema de manejo utilizado no fornecimento de suplementos para bovinos de corte sob pastejo, é uma das atividades de maior importância para o sucesso dos programas de suplementação. O objetivo de um correto manejo alimentar é prover nutrientes em quantidades adequadas aos animais.
O sistema de manejo utilizado no fornecimento de suplementos para bovinos de corte sob pastejo, é uma das atividades de maior importância para o sucesso dos programas de suplementação. O objetivo de um correto manejo alimentar é prover nutrientes em quantidades adequadas aos animais de acordo com as condições de cada momento dentro do sistema de produção. O manejo tradicionalmente utilizado no fornecimento de suplementos para bovinos de corte em pastagens consiste em promover acesso contínuo dos animais ao suplemento.
Recentemente alguns nutricionistas têm adotado manejos diferentes, visando diminuição dos custos de mão obra e das perdas, durante o fornecimento. Os diferentes manejos vão alterar o número e o tempo de duração das refeições praticadas pelos animais durante o dia, alterando as quantidades totais ingeridas. A freqüência de fornecimento de suplementos vai depender principalmente das quantidades a serem fornecidas, e da expectativa de consumo, necessitando ser diárias, ou até de 2 ou mais vezes ao dia, nos casos de ingestão de grandes quantidades de suplemento. A mão de obra para o fornecimento de suplementos para animais em pastagens apresenta custo elevado, compreendendo grande parte do custo final dos programas de suplementação.
Nesse contexto, Canesin et al. (2006) avaliaram os efeitos da frequência de fornecimento de suplementos sobre o desempenho e características de carcaça de bovinos de corte em pastagens de Brachiaria bryzantha.
Foram avaliados diferentes freqüências de fornecimento durante o período de águas (2003), secas e águas (2004), sendo os tratamentos descritos a seguir: SD – suplementação diária; DA – dias alternados e FS – suplementação de segunda a sexta com suspensão aos sábados e domingos. O fornecimento foi feito na quantidade exata de ingestão diária para o tratamento SD, o dobro da quantidade para o tratamento DA e quantidade de ingestão diária de segunda a sexta e o triplo as sextas-feiras para o tratamento FS. Os suplementos utilizados apresentaram as seguintes formulações para cada período (Tabela 1).
Tabela 1. Composição dos suplementos experimentais
Não foram observadas diferenças para ganho de peso e peso final de abate para os diferentes tratamentos. O ganho de peso médio diário para os tratamentos SD, FS e DA foi, em média de 0,76; 0,74 e 0,51 kg/animal/dia no período das águas de 2003, 0,57; 0,54; 0,51 kg/animal/dia no período de seca, 0,61; 0,57; 0,62 kg/animal/dia para o período das águas de 2004 (Tabela 2). Também não foram observadas diferenças para os valores de rendimento de carcaça quente, sendo em média de 50,3%.
Tabela 2. Ganho médio diário e características de carcaça para diferentes métodos de suplementação de bovinos a pasto
Em relação aos parâmetros de crescimento, não foram observadas diferenças para os valores de comprimento de perna, comprimento de braço, espessura de coxão e perímetro de braço (Tabela 3). Para cobertura de gordura, foram observados valores mínimos de espessura necessários para proteção das carcaças ao resfriamento. Os valores encontrados para os diferentes métodos de manejo foi de 3,27 mm (Tabela 3).
Tabela 3. Parâmetros de crescimento para diferentes métodos de suplementação de bovinos a pasto
Os resultados do presente trabalho mostram que diferentes estratégias de suplementação podem ser adotadas, visando à diminuição do custo de mão de obra empregada no processo, diminuindo os custo totais e, conseqüentemente, aumento da eficiência econômica nos programas de suplementação de bovinos de corte a pasto. Importante ressaltar que as mudanças nas estratégias de suplementação não alteraram o desempenho e as características de carcaça dos animais, mostrando-se uma excelente alternativa de estratégia de suplementação.
Referências bibliográficas
CANESIN, R.C.; BERCHIELLI, T.T.; Andrade, P.; Faturi, C. Características de carcaça e da carne de novilhos mantidos em pastagem de capim-marandu submetidos a diferentes estratégias de suplementação. Rev. Bras. Zootec., v. 35, n. 6, p. 2368-2375, 2006.
ERICKSON, G.E.; MILTON, C.T.; FANNING, K.C.; COOPER, R.J.; SWINGLE, R.S.; PARROT, J.C.; VOGEL, G.; KLOPFENSTEIN, T.J. Interaction between bunk management and monensin concentration, on finishing performance, feeding behaviour, and ruminal metabolism during na acidosis challenge with feedlot cattle. J. Anim. Sci., v. 81, p. 2869-2879, 2003.
GOODRICH, R.D.; GARRET, J.E.; GAST, D.R.; KIRICK, M.A.; LARSON, D.A.; MEISCKE, J.C. Influence of monensin on the performance of cattle. J. Anim. Sci., v. 58, p. 1484-1498, 1984.
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Toda pesquisa de campo objetivada em minimizar custos sem afetar a produtividade animal é sem dúvida plausível.
Parabéns