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Efeitos da seleção de bovinos com alta eficiência alimentar sobre as características de carcaça

Estudos em relação às diferenças em eficiência de produção, tem sido buscados no intuito de encontrarmos e selecionarmos bovinos mais eficientes na conversão dos alimentos fornecidos. Tal fato, tem grande interferência nas questões econômicas atuais da bovinocultura de corte, como a baixa lucratividade da atividade, devido o aumento crescente do preço dos insumos e a estabilização do preço de venda da arroba em dólar. As diferenças em relação ao consumo total de matéria seca e o ganho de peso obtido (conversão alimentar) são individuais, podendo ser utilizada para seleção de animais mais eficientes tanto dentro de cada grupo genético, como entre raças.

Estudos em relação às diferenças em eficiência de produção, tem sido buscados no intuito de encontrarmos e selecionarmos bovinos mais eficientes na conversão dos alimentos fornecidos. Tal fato, tem grande interferência nas questões econômicas atuais da bovinocultura de corte, como a baixa lucratividade da atividade, devido o aumento crescente do preço dos insumos e a estabilização do preço de venda da arroba em dólar. As diferenças em relação ao consumo total de matéria seca e o ganho de peso obtido (conversão alimentar) são individuais, podendo ser utilizada para seleção de animais mais eficientes tanto dentro de cada grupo genético, como entre raças.

A diferença observada em relação à conversão alimentar de alguns animais, ainda não possui uma explicação clara, porém sabemos que a eficiência no uso dos alimentos para mantença e crescimento, com o mínimo de perda possível, possibilitará uma maior sobra de nutrientes para a produção. Melhoras nos índices de eficiência alimentar podem resultar em redução nos custos de produção e aumento na eficiência do processo produtivo como um todo.

Algumas hipóteses são levantadas em relação à fermentação ruminal, sendo que as concentrações de alguns nutrientes poderiam se manter mais constantes e conseqüentemente melhorar a formação e utilização de ácidos graxos voláteis e da proteína microbiana. Outro ponto considerado, seria em relação à composição de carcaça e dos tecidos depositados, pois sabemos que a deposição do tecido muscular é mais eficiente e mais “barata” energeticamente do que o tecido adiposo.

Golden et al. (2008) avaliaram os efeitos da conversão alimentar sobre as características de carcaça de bovinos confinados. Foram selecionados previamente animais “eficientes” e “ineficientes” em relação à conversão alimentar (residual feed intake). Após isso, os animais foram arraçoados dietas com alto nível de concentrado (Tabela 1), para verificação da relação entre eficiência produtiva e as características de carcaça.

Tabela 1. Composição bromatológica e química das dietas experimentais utilizadas


Como era de se esperar, devido à seleção prévia dos animais, foram observadas diferenças de conversão alimentar entre o grupo “eficiente” e o grupo “ineficiente” (Tabela 2). Apesar da melhor conversão alimentar para os animais do grupo “eficiente”, não foram observadas diferenças significativas nas características de carcaça em relação às quantidades de músculo e gordura depositadas. As medidas de músculo e gordura foram realizadas através da área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura na altura da 12a costela. Os resultados também se confirmaram em relação à classificação de carcaças feitas pelo USDA, que não evidenciou diferenças nos diferentes grupos de eficiência alimentar (Tabela 2).

Tabela 2. Comparação entre o grupos “Eficientes” e “Ineficientes”


Os resultados acima nos mostram não haver interferência significativa da seleção de animais mais eficientes em relação à conversão alimentar sobre as características de carcaça. Também não foram observadas diferenças em relação à classificação por qualidade de carcaça (USDA), deixando claro que a seleção de animais mais eficientes não afetaria a qualidade dos cortes produzidos.

Referências bibliográficas:

ARTHUR, P.F.; RENAND, G.; KRAUSS, D. Genetic and phenotypic relationships among different measures of growth and feed eficiency in young charolais bulls. Livest. Produc. Sci., v. 68, p. 131-139, 2001.

GOLDEN, J.W.; KERLEY, M.S.; KOLATH, W.H. The relationship of feeding behaviour to residual feed intake in crossbred Angus steers fed traditional and no-roughage diets. Journal Animal Science, v. 86, p. 180-186, 2008.

NKRUMAH, J.D.; OKINE, E.K.; MATHISON, G.W.; SCHMID, K.; LI, C.; BASARAB, J.A.; PRICE, M.A.; WANG, Z.; MOORE, S.S. Relationships of feedlot feed efficiency, performance, and feeding behaviour with metabolic rate, methane production, and energy partitioning in beef cattle. J. Anim. Sci., v. 84, p. 145-153, 2006.

2 Comments

  1. Manoel Terra Verdi disse:

    Caro Doutor André,

    Seu artigo nos pareceu mais um chamamento para debate, do que propriamente um informe científico.

    Mas, para que não nos mate de curiosidade, poderia nos dar uma pista do que foi classificado como eficiente e não eficiente, e mais, qual o ganho de pêso auferido com a dieta publicada.

    Abraço.

  2. André Alves de Souza disse:

    Prezado Manoel Terra,

    As classificações dos animais são de acordo com a eficiência produtiva de cada um, relacionando consumo de matéria seca total e ganho de peso. Os desempenhos desses animias foram de 1,4 kg para os “ineficientes” e 1,51 para os “eficientes”. Todos os dados e maiores descrições estão no artigo entitulado: “Efeitos do tipo de dieta sobre o comportamento e a eficiência alimentar de bovinos de corte confinados “. Aconselho a leitura do mesmo, para que retire possíveis dúvidas que não tenha conseguido sanar, ok?

    Um forte abraço!