Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, de fato, a comercialização do boi no mercado futuro é um modelo muito novo. “Ainda negociamos como nossos tataravós”, aponta.
Ele reconhece que mesmo Mato Grosso detendo o maior rebanho bovino do país, com mais de 26 milhões de cabeças, e apresentando a cada ano genética de primeiro mundo, “ainda estamos como os produtores de soja e algodão, extremamente eficientes da porteira para dentro e perdendo espaço no mercado da porteira para fora, por não saber vender a produção”.
Pereira alerta ainda que todo trabalho e investimento dispensados na produção de um rebanho de excelente qualidade estão ficando perdidos pelo caminho. “Demoramos tanto para alcançar resultados no melhoramento genético dos rebanhos e na hora da comercialização estamos presos a modelos arcaicos que geralmente abocanham nossa rentabilidade”, insiste.
O presidente revelou em números as perdas que os pecuaristas acumulam pela falta de eficiência na hora da venda. “A pecuária foi responsável por R$ 67 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) em 2004, ou seja, 30%. Enquanto estivermos negociando mal, estaremos dividindo 30% de um bolo, enquanto que ao utilizarmos formas mais arrojadas de negociação, poderemos administrar os outros 70% do PIB, hoje nas mãos das indústrias e das exportações. Mas nós fazemos parte de todo esse bolo, nós produzimos e estamos nos contentando com 30%”, destaca.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint