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Eficiência de uso do nitrogênio do fertilizante na produção animal a pasto – parte II

Por Geraldo Bueno Martha Júnior1, Luis Gustavo Barioni1 e Lourival Vilela1

Conforme discutido no artigo anterior, a eficiência bioeconômica da adubação nitrogenada de pastagens depende da eficiência de conversão do N-fertilizante em produto animal (kg de ganho de peso/kg N aplicado). Por sua vez, a razão entre kg de ganho de peso/kg de N aplicado encontra-se vinculada à:

1) eficiência de conversão do N-fertilizante em massa seca (MS) de forragem (kg MS/kg N aplicado);
2) eficiência de pastejo;
3) eficiência de conversão da forragem consumida em produto animal (kg MS/kg de ganho de peso).

Por fim, a viabilidade econômica da adubação vai depender, em adição à razão entre kg de ganho de peso/kg N aplicado, da relação de troca entre insumo (fertilizante) e produto (bezerro/arroba do boi) (Figura 1).


Figura 1. Etapas da produção animal em pastagens adubadas com fertilizantes nitrogenados.
Fonte: Martha Júnior et al. (2003).

A grande amplitude encontrada nas eficiências parciais das etapas da produção animal em pastagens adubadas com nitrogênio (Tabela 1) oferece oportunidade para manipulação, o que torna possível aumentar, de maneira sensível, o resultado biológico e econômico do empreendimento de pecuária a pasto.


Quando as etapas da produção animal em pastagens adubadas com nitrogênio apresentam eficiência moderada (40 kg MS/kg N aplicado e 40% de eficiência de pastejo), o risco de preço (insumo e produto) associado à adubação nitrogenada é muito grande (Tabela 2). Apenas com baixo valor do quilograma do N-fertilizante, que, nos dias atuais, não é mais o caso, e/ou com elevado valor da arroba do boi, a adubação nitrogenada em pastagens seria uma alternativa economicamente atraente.


Investimentos no manejo do fertilizante (dose, fonte, época de aplicação) e no manejo do pastejo, para garantir eficiência moderada a elevada nas etapas de produção animal em pastagens adubadas com fertilizante nitrogenado (45 kg MS/kg N aplicado e 50% de eficiência de pastejo), compatíveis com uma eficiência de uso do N-fertilizante de 1,7 kg de ganho de peso/kg N aplicado, melhorariam, sensivelmente, a economicidade do processo (Tabela 3). Contudo, a adubação nitrogenada só se tornaria robusta frente aos riscos de variação nos preços do fertilizante e dos produtos quando o sistema, como um todo, operar com elevada eficiência: 50 kg MS/kg N aplicado, 55% de eficiência de pastejo e 2,12 kg de ganho de peso/kg N aplicado (Tabela 4).



Essas considerações ratificam a necessidade de maximizar as eficiências parciais de todas as etapas envolvidas na produção animal em pastagens adubadas com nitrogênio para obter sucesso econômico com essa prática (Figura 1).

Bibliografia

Martha Júnior, G.B.; Vilela, L.; Barioni, L.G. (Eds.) Uso eficiente de fertilizantes nitrogenados em pastagens tropicais. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2003. (no prelo).
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1Geraldo Bueno Martha Júnior, Luis Gustavo Barioni e Lourival Vilela são Pesquisadores da Embrapa Cerrados

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