As exportações brasileiras de carne bovina aumentaram 69,1% no primeiro semestre deste ano e atingiram US$ 1,088 bilhão, em relação ao desempenho obtido no mesmo período de 2003, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Só no mês de junho, a receita com as vendas de carne chegou a US$ 222,2 milhões, o dobro em relação ao ano passado, o que representou o melhor mês de junho dos últimos 25 anos.
No primeiro semestre de 2003, as indústrias exportadoras de carne movimentaram US$ 643,7 milhões. Já no mês de junho do ano passado, a receita com carnes atingiu US$ 110,7 milhões.
Segundo o diretor-executivo da Abiec, Antonio Camardelli, o aumento é explicado pela consolidação dos mercados abertos pelas indústrias exportadoras nos últimos anos. “O Brasil tem o custo mais baixo de produção de carne bovina do mundo”, afirma. Segundo dados da Abiec, o custo oscila hoje em torno de US$ 0,90 por quilo. Além disso, as indústrias estão aumentando os embarques de carne bovina com maior valor agregado, resultado dos investimentos efetuados tanto na indústria frigorífica quanto entre os pecuaristas.
O executivo cita a Líbia e a Argélia como exemplos de países que foram conquistados a menos de um ano e que a carne brasileira vem se consolidando. Além do aumento dos embarques, a maior receita é resultado também da elevação dos preços internacionais da carne bovina, segundo Camardelli.
De acordo com a Abiec, os preços médios da carne bovina no primeiro semestre aumentaram 15%, para US$ 2.176,88 por tonelada. No mesmo período do ano passado, os preços ficaram em US$ 1.876,94 por tonelada.
Em volume, as exportações brasileiras nos seis primeiros meses do ano totalizaram 500,7 mil toneladas, um aumento de 30,9% em relação ao volume embarcado no mesmo período do ano passado, que atingiu 383,12 mil toneladas.
O diretor da Abiec disse que o embargo russo às carnes brasileiras não chegou a afetar os embarques. Parte dos produtos foi redirecionada e alguns embarques adiados para este mês. Segundo Camardelli, se o ritmo de crescimento das vendas externas se mantiver, e não houver problemas de infra-estrutura portuária, os embarques podem ficar em US$ 1,8 bilhão este ano.
A notícia de que o Chile, importante cliente do Brasil, reabriu seu mercado à carne bovina maturada e desossada da Argentina é preocupante, na opinião de Camardelli, porque aumentará a concorrência.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Paulo Soares) e Valor OnLine (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint