Nasceu a primeira cópia idêntica de um clone na América Latina. A bezerra da raça simental “Vitoriosa da Embrapa”, nascida em Brasília no último dia 5 de fevereiro, surgiu a partir de células isoladas de um pedaço da orelha da vaca “Vitória”, o primeiro clone bovino do Brasil, parida em 2001. Estudos de identidade genética feitos pela empresa Genomax comprovam que “Vitoriosa” é realmente um clone do clone.
A bezerrinha resulta de um experimento desenvolvido nos laboratórios de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Vitoriosa da Embrapa” também é parte da tese de doutorado em Biologia Molecular da pesquisadora Lílian Iguma na Universidade de Brasília (UnB).
Nesse experimento, foram produzidos 35 embriões e transferidos para 17 receptoras, as chamadas “mães de aluguel”. Às 13h do último dia 5 de fevereiro, após 293 dias de gestação no Campo Experimental Sucupira, uma das receptoras pariu a nova bezerrinha. Desde o nascimento, “Vitoriosa” tem apresentado um crescimento normal, com o monitoramento dos aspectos clínicos, hematológicos e bioquímicos feito pela equipe da Embrapa e do Hospital Veterinário da UnB. “É um novo marco para a história da ciência no Brasil, mais uma vitória científica da genética animal desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa”, comemora o ministro Roberto Rodrigues. “Isso coloca o Brasil na vanguarda da biotecnologia, assim como já tínhamos feito com o seqüenciamento genômico da doença dos laranjais”.
O pesquisador Rodolfo Rumpf, coordenador dos experimentos em transferência nuclear da Embrapa, explica que o interesse da empresa pelo tema deriva das importantes aplicações potenciais em diversas áreas associadas ou não à engenharia genética. “Podemos, por exemplo, conservar animais ameaçados de extinção e multiplicar outros de elevado valor genético”.
As pesquisas amplificam estudos de biologia básica, biomedicina e transgenia, que podem levar ao nascimento de animais resistentes a doenças e parasitas, além de animais produtores de fármacos. Rumpf argumenta que os trabalhos auxiliam no aperfeiçoamento das características produtivas inerentes aos bovinos, como o aumento de algumas proteínas do leite que levam ao maior rendimento na produção de queijo.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint