Sílvio Crestana confirmou ontem sua saída definitiva do comando da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), após quatro anos no cargo, afirmando que a pressão familiar pesou mais do que o pedido pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua permanência no posto.
Sílvio Crestana confirmou ontem sua saída definitiva do comando da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), após quatro anos no cargo, afirmando que a pressão familiar pesou mais do que o pedido pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua permanência no posto.
“Ele me pediu, ainda em março, que ficasse até o fim da gestão dele”, disse Crestana ao Valor antes de voltar a São Carlos/SP. “Mas o presidente disse que respeitava minhas razões pessoais e familiares”. Bem avaliado pelo alto escalão do governo, Crestana afirmou não ter tido “nenhuma dificuldade” com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Nos bastidores, entretanto, comenta-se que ele teria despertado insatisfações em seu superior imediato. Teria pesado, ainda, a aproximação estratégica de Stephanes com o chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Miranda, nas discussões políticas sobre a reforma do Código Florestal.
Na busca por um novo nome para o cargo uma “comissão” selecionará os candidatos. Entre os favoritos, estão Evaristo Miranda, o ex-diretor Dante Scolari e o atual diretor-executivo José Geraldo Eugênio França.
“A Embrapa tem nomes à altura para continuar. Espero que não tenha briga política porque a iniciativa do processo foi minha. E tomara que não crie embaraços ao ministro e ao presidente. Espero uma transição suave, porque não é hora de parar nem de imobilizar a empresa”, afirmou Crestana. “A empresa está sem crise, prestigiada e com recursos. Saio com a missão mais que cumprida, extrapolada no tempo e nos resultados”, afirmou.
O ex-presidente afirmou que os fatores “que mais pesaram” para sua saída foram a necessidade de conciliar as obrigações em Brasília com suas atividades de pesquisa e a pressão familiar para estar mais presente no dia-a-dia dos dois filhos adolescentes. “A gente vai levando, mas tem uma hora que não sabe se está fazendo direito. Fiquei dividido, tenho filhos e o programa de pós-graduação em São Carlos”.
As informações são do jornal Valor Econômico resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.