O preço pago por um embrião de uma vaca nelore dá idéia do quanto é alta a aposta na genética de ponta no Brasil. Um embrião de Essência, vaca que havia sido adquirida por R$ 840 mil na Expozebu em maio último, foi comprado por R$ 238 mil no leilão Ventres JM, realizado na semana passada, em Garça, interior paulista. O embrião foi comprado pelo grupo Boi Gordo. Destacou-se ainda no Leilão JM uma bezerra de 1 ano, apresentada pelo Frigorífico Bertin e arrematada por R$ 560 mil.
O faturamento bruto do leilão, incluindo 43 matrizes nelore e 38 embriões, alcançou R$ 7,3 milhões em dois dias de negócios. Como comparação, a Expointer, feira gaúcha realizada em Esteio em agosto, onde a oferta mescla animais de elite europeus e de média qualidade, obteve receita de R$ 2,3 milhões.
Segundo Luiz Fernando Di Martino Borges, diretor da Nova Índia Genética, de Uberaba, no Triângulo Mineiro, os altos preços pagos em embriões são devidos a dois fatores. “É o caminho mais rápido para melhorar a genética. Além disso, é mais seguro, pois tudo é testado, ou seja, quem compra sabe que é um produto do melhor touro e da melhor vaca.”
Para Jayme Santos Miranda, promotor do leilão JM, o fato de a raça nelore estar consolidada como a mais apta para o cruzamento industrial com o gado europeu no País atrai os investimentos. Além disso, ele afirma que o futuro é bastante promissor para a carne nacional, seja no comércio externo, com a abertura de novos mercados, ou internamente, a partir do momento em que as condições econômicas permitirem ao brasileiro consumir mais. Miranda observa ainda que a pecuária de corte continua atraindo o capital urbano.
Fonte: Agrofolha, Folha de S. Paulo (por Sebastião Nascimento), adaptado por Equipe BeefPoint