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Emissão líquida de carbono na produção pecuária a pasto é menor que na intensiva, diz estudo inglês

Os sistemas extensivos de criação de gado alimentados com pasto são mais favoráveis ao meio-ambiente do que os intensivos, baseados em grãos, de acordo com um novo estudo do National Trust (NT), do Reino Unido.

Os sistemas extensivos de criação de gado alimentados com pasto são mais favoráveis ao meio-ambiente do que os intensivos, baseados em grãos, de acordo com um novo estudo do National Trust (NT), do Reino Unido.

Os métodos usados para medir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) mostraram anteriormente que a produção intensiva de gado, baseada em cereais, tem menores emissões por quilo de peso vivo do que a produção extensiva, a pasto, porque a digestão de grãos produz menos metano por quilo de peso vivo. Entretanto, os pesquisadores agora revelaram que quando o sequestro de carbono pela terra nos pastos é levado em consideração, as emissões líquidas de carbono da produção a pasto são reduzidas em até 94%, o que significa que esse sistema produz menos emissões do que os sistemas à base de alimentação com grãos.

“Usando apenas dados de emissões, a produção em confinamento dos Estados Unidos pareceu ser relativamente eficiente em termos de carbono comparado com as fazendas orgânicas e não intensivas do NT. Isso é principalmente porque o gado alimentado com grão produz menos metano e tem expectativa de vida mais curta do que o gado alimentado a pasto”, disseram os autores do relatório. “Entretanto, quando é considerado o sequestro de carbono, os sistemas do Reino Unido e dos Estados Unidos a pasto tiveram melhor desempenho, em emissões líquidas de carbono, do que os confinamentos dos Estados Unidos”.

O relatório também concluiu que a produção de carne bovina a pasto no Reino Unido tem menos emissões de GEE do que a produção brasileira extensiva de carne bovina, que é amplamente baseada em áreas desmatadas da região do Cerrado.

“Quando a liberação de carbono calculada para o desmatamento do Cerrado para a produção rural é incluída, a produção extensiva aparentemente eficiente em carbono dessa região parece como um dos sistemas mais ambientalmente prejudiciais imagináveis”, disse o relatório.

Comentando sobre o relatório, o conselheiro nacional de alimentos e agricultura do National Trust, Rob Macklin, disse: “Os resultados são contrários ao recente pensamento de que métodos de produção pecuária precisam se intensificar mais para conseguir reduzir as emissões de carbono para alimentar uma população mundial crescente”.

“Maximizar a eficiência de carbono apenas é muito simplista. Muitos sistemas pecuários menores intensivos seriam classificados como ‘ineficientes’ na escala de emissão de carbono, embora sejam muito menos dependentes de insumos artificiais e tendam a ter menos impactos na qualidade da água, perda de matéria orgânica do solo e redução da biodiversidade”.

Ele acrescentou que o relatório também demonstrou que a redução no consumo de carne não necessariamente levaria à redução nas emissões de carbono. “O debate sobre a mudança climática e alimentos frequentemente pede por uma redução no consumo de carne e por uma dieta mais baseada em vegetais, mas isso muitas vezes negligencia o fato de que muitas terras com pastagem são inadequadas para culturas aráveis contínuas”.

A análise foi feita por Foot Forward and Laurence Gould Partnership a pedido da National Trust. Os pesquisadores usaram o PAS 2050 British Standards Institute (BSI) – padrão de pegadas de carbono aprovado PAS2050, que incorpora potência de GEE de emissões de metano e oxido nitroso usando a unidade de contabilidade de carbono de CO2 equivalente por quilo de peso vivo de carne bovina produzida.

A reportagem é do Globalmeatnews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Nada mais sustentável que uma pastagem alimentando ruminantes. Basta ver a natureza em ação ao longo dos tempos. É um sistema que praticamente não exige insumos externos. Quanto existem inputs externos são pontuais e de altíssimo retorno. E para avaliar os impactos de um sistema é sempre preciso considerar o todo. Defender animais confinados versus animais alimentados à pasto como forma de reduzir impactos ambientais da produção pecuária só é possível com um recorte da realidade completamente maluco. É preciso esquecer os impactos positivos das pastagens no sequestro de carbono e esquecer os impactos negativos da produção de grãos. O confinamento de bovinos é sim um processo de incremento da produção. Nada além disto.
    Agora o mais ridiculo é a comparação dos impactos da produção à pasto nos tropicos e nos paises desenvolvidos. Simplesmente eles desmataram mais e a mais tempo. E ponto final.