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Empresa critica demora do Governo no credenciamento de certificadoras

As empresas que entregaram projetos ao Governo sobre o programa de rastreabilidade de carne bovina ainda não tiveram posição oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o assunto. A portaria que regulamenta a rastreabilidade da carne bovina saiu em 26 de fevereiro. “Quinze dias depois dessa data enviamos a documentação ao Ministério. Há 30 dias os técnicos da defesa agropecuária fizeram auditoria na nossa empresa, mas eles ainda não nos deram uma resposta”, reclamou o diretor de desenvolvimento do Grupo Planejar, Leandro Reneu Ries.

“Sabemos que uma outra certificadora entregou a documentação ao Governo, mas também não recebeu uma posição. As certificadoras precisam do atestado do Governo Federal para começar a trabalhar”, afirma, sem citar os nomes das empresas. Segundo Ries, a portaria que regulamenta o sistema informa que só carne bovina rastreada poderá ser exportada para os países da União Européia a partir de 30 de junho. “Corremos o risco de chegar ao meio do ano sem nada definido. E o pior: foi o próprio Governo que estabeleceu esse prazo”, afirma.

Há quem diga que a demora do governo está relacionada à pressão dos pecuaristas, que pedem a prorrogação do prazo para a exigência entrar em vigor. Eles querem pelo menos mais um ou dois anos e que a adesão seja voluntária. “Queremos o modelo australiano. Lá só se faz o rastreamento no animal de exportação”, disse o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Laucídio Coelho Neto.

Caminho sem volta

O zootecnista da CFM Agropecuária, Fábio Dias, acredita que “apesar da demora do Governo em credenciar as certificadoras, a rastreabilidade é um caminho sem volta”. A CFM rastreará todos os bezerros nascidos este ano em sua propriedade, localizada em São José do Rio Preto. “Em 2001 rastreamos 70% dos 30 mil bezerros nascidos. Para 2002 nossa previsão é de crescimento de 10% nos nascimentos”, prevê. Ele estima que gastou cerca de R$ 3,00 para rastrear cada um dos animais.

“O custo pode parecer alto, mas o investimento vale do momento do nascimento até o abate e consumo final da carne bovina”, diz. Os animais rastreados pela empresa em 2001 serão vendidos em leilões durante este ano. Num primeiro evento, os 1,2 mil animais oferecidos foram vendidos com preços médios de R$ 375,00 por animal.

Fonte: Diário Popular/ RS e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint

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