Com o embargo da Rússia, que suspendeu as importações de carnes brasileiras, a capacidade de estocagem das indústrias paranaenses está no limite. A Frimesa, que destina 50% de suas exportações para a Rússia, arrendou armazéns na região oeste e só tem condições de estocar sete dias de produção. “A partir da semana que vem, a empresa não tem mais onde estocar”, disse o diretor Elias José Zydek.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Carnes do Paraná (Sindicarnes), o Paraná está deixando de ganhar US$ 400 mil por dia. No País, o prejuízo é de US$ 4 milhões a US$ 5 milhões por dia, estimou o economista Gustavo Fanaya. Ele ressalvou que o embargo ainda não representa prejuízo porque, se houver uma retomada imediata das exportações, a carne estocada será escoada normalmente. ”Os prejuízos começam a ser contabilizados se a Rússia não retomar as compras de carnes do Brasil”, afirmou.
Segundo Fanaya, a Rússia está utilizando o foco de febre aftosa da Amazônia para negociar um equilíbrio nas exportações de produtos russos para o Brasil. Para conseguir o que quer, suspendeu todas as importações de todas as carnes brasileiras, mesmo sabendo que a carne de frango nada tem a ver com a aftosa.
Zydek criticou o Ministério da Agricultura que não vem dando a devida importância para o controle sanitário da produção pecuária no Brasil. O empresário disse que o governo federal tem que fazer um zoneamento das áreas sanitárias no País e explicar aos clientes à distância e o trabalho de sanidade das várias regiões. Lembrou ainda que se o governo russo está insatisfeito com a balança comercial desfavorável, cabe ao governo brasileiro negociar essas diferenças.
Para o empresário, essa situação desestrutura o planejamento estratégico das empresas a médio e longo prazo. ”Como planejar um investimento para sustentar aumento nas exportações se de uma hora para outra um problema sanitário pode desestruturar a cadeia toda?”, questionou.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Vânia Casado), adaptado por Equipe BeefPoint
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Estou de acordo com o artigo, e admiro muito o governo reconhecer o agronegócio como carro chefe da balança comercial, e contratar apenas 200 fiscais federais, em concurso público com validade de 6 meses.
Todos sabem da importância de um bom controle sanitário, imagine se o foco fosse em uma área considerada livre da doença. Imaginem o tamanho do estrago.