As ações das empresas do agronegócio não saíram ilesas da forte desvalorização que marcou os preços das commodities agrícolas em 2014. Das13 principais companhias do segmento listadas na BM&FBovespa, apenas quatro – Marfrig, BRF, JBS e São Martinho – viram seus papéis se valorizarem no ano, conforme levantamento do Valor Data.
Entre as empresas do agronegócio, os frigoríficos destoaram e se destacaram positivamente. As ações da Marfrig subiram 52,50% de janeiro a dezembro de 2014. O segundo melhor desempenho veio da BRF, cujos papéis se valorizaram 30,94% no período. Já a JBS viu as ações subirem 29,03%. No setor frigorífico, a Minerva Foods não conseguiu acompanhar seus pares, e os papéis caíram 13,91% em 2014.
Para Luciana Carvalho, analista do Banco do Brasil, o desempenho dos frigoríficos na bolsa foi impulsionado pela queda do Real perante o dólar. A carne também se beneficiou de uma demanda externa mais aquecida.
A queda das cotações dos grãos no mercado internacional jogou a favor das ações das companhias que produzem carne de frango e suína, como JBS, BRF e Marfrig.
Internamente, os frigoríficos também passaram por reestruturações que agradaram aos acionistas. A Marfrig conseguiu gerar fluxo de caixa positivo e alongar o perfil de sua dívida, bem como reduzir despesas na divisão de carne bovina no Brasil. Com isso, reduziu seu prejuízo nos primeiros nove meses do ano.
Na JBS, a reestruturação passou pela Seara Brasil, que hoje faz parte da subsidiária JBS Foods. Nessa reorganização, a empresa conseguiu uma forte elevação de margens da subsidiária, o que beneficiou as ações. Já na BRF, a reestruturação capitaneada pelo empresário Abilio Diniz também se traduziu em resultados melhores, o que se refletiu no valor dos papéis.
Único frigorífico cujas ações tiveram queda no ano passado, a Minerva Foods ainda não colheu todos os efeitos das aquisições feitas em 2014.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.