O auditório da Secretaria de Agricultura no parque Assis Brasil ficou lotado ontem à tarde em Esteio (RS). Produtores e criadores acompanharam o 1o Seminário Internacional sobre Políticas Integradas de Sanidade Animal e Vegetal, promovido pelas comissões de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal e da Assembléia Legislativa do Estado. Durante o seminário, foi redigida a Carta da Expointer, em que as comissões e o Fórum Nacional de Secretários de Agricultura (FNSA), solicitam ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, R$ 300 milhões para a execução de ações de defesa sanitária pelas secretarias estaduais.
O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal, Leonardo Vilela, comentou que o governo está baseando a economia do país no superávit agrícola, mas investe pouco em sanidade animal. Conforme o deputado, apenas o complexo carne deve gerar divisas de R$ 7 bilhões neste ano ao Brasil.
O secretário da Agricultura, Odacir Klein, afirmou que, há praticamente dois anos, o RS não recebe recursos federais para investir em sanidade.
O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto, acredita que a carta vai ajudar. “A realidade é que o governo não dá bola para o assunto. Esta semana contratou 900 técnicos para o Incra. Se aplicasse esse dinheiro na sanidade, com o ganho do mercado americano, resultaria na ampliação em 50% dos US$ 8 bilhões do setor das carnes”.
Outro documento, denominado Carta da Expointer 2004 Mercosul, será entregue aos ministros da Agricultura do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, hoje. Os secretários e deputados pedem harmonia da legislação e vigilância animal e vegetal, de regulamentos técnicos e de tabela de aditivos utilizados em produtos de origem animal.
Reivindicam também aprimoramento e ampliação dos programas de cooperação regionais de vigilância epidemiológica, adoção de acordos de equivalência de produtos dentro do conceito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e unificação de normas de produção, comercialização e utilização de organismos geneticamente modificados (OGMs).
Fonte: Correio do Povo/RS e Diário Popular/RS, adaptado por Equipe BeefPoint