O BeefPoint está realizando uma enquete com seus leitores com a pergunta “Você confia na eficácia da vacina contra febre aftosa?”. Os resultados parciais indicam que a maioria confia na vacina, desde que bem conservada e bem aplicada. A participação na enquete está aberta até dia 10/01/2006, próxima terça-feira (clique aqui e participe).
Um preocupação importante levantada pelos usuários é a freqüente falta de infra-estrutura adequada para a conservação, tanto na distribuição quanto nas fazendas.
Paulo E. F. Loureiro, médico veterinário e consultor, afirma que, mesmo confiando na vacina, preocupa-se com a infra-estrutura e conscientização para sua conservação. “Quantas fazendas possuem geladeira com termômetro de máxima e de mínima temperatura? Poucas. Se acaba a energia elétrica durante a noite, quem fica sabendo? Sem o termômetro a vacina estará perdida, e o gerente da fazenda pode não saber. São tantas possibilidades, como pouco gelo no isopor que é levado ao curral. Só com treinamento de mão-de-obra e maior envolvimento dos colegas veterinários poderemos resolver esse problema”.
Divino Lúcio Garcia de Carvalho, produtor de leite, levanta dois aspectos importantes. “Já presenciei, na loja de um distribuidor, o manuseio muito demorado dos frascos, sendo que ali é praticamente o início do processo. Muitas pessoas que lidam diretamente com o produto, desconhecem a importância de manter o produto dentro das temperaturas recomendadas. Até mesmo o congelamento é prejudicial.”
Ubiracy Ribeiro Reis Junior, representante comercial, afirma que “a pressa dos peões e até do pecuarista em acabar rápido, faz com que muitas vezes o serviço saia mal feito”.
Os resultados mostram ainda que existe uma preocupação quanto ao controle da distribuição do produto. Antonio de Azevedo Carvalho Neto, engenheiro agrônomo, afirma que “a parte norte e nordeste do Brasil, é muito mal assistida pelos laboratórios, pelos veterinários responsáveis e pela fiscalização”.
Fabrício Pagani, médico veterinário, questiona todo sistema de controle de vacinação contra febre aftosa. Segundo ele é inadmissível que “o maior exportador mundial de carne bovina tenha como comprovante de vacinação apenas a nota fiscal de compra da vacina”.
Renato Ciampi Moreira, pecuarista, compartilha da mesma preocupação. Afirma que no interior do Pará não se controla “os estoques nos revendedores, estes não fazem o controle diário das temperaturas, o transporte para as fazendas é precário, os vaqueiros não são treinados, etc”. “Penso que a única maneira de se obter eficiência na vacinação, seria uma formulação numa faixa mais ampla de temperaturas. Entre -2 e +8oC não funciona.”
Já o economista Carlos Arthur Ortenblad, demonstra não confiar na abrangência da vacina para todas a variedades do vírus. “Tenho sérias dúvidas se as vacinas fabricadas no Brasil protegem contra todos os tipos de aftovírus existentes”.
Dentre os leitores que afirmaram não confiar na vacina, a fiscalização feita pelos órgãos envolvidos foi apontada como principal motivo.
Nesse sentido, o pecuarista Hans Nagel afirma que não confia, “quem garante que a inspeção da Mapa é confiável, haja visto que a maioria dos funcionários foi trocada pelos petistas. Falta experiência e bom senso para os novatos”.
Participe, votando na enquete Você confia na eficácia da vacina contra febre aftosa? até a próxima terça-feira, 10/01/2006.
É importante salientar que a enquete BeefPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto.
Fonte: Equipe BeefPoint (por Otavio Negrelli)