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Enquete BeefPoint: como promover a união dos produtores

Na segunda parcial levantada pela Equipe BeefPoint sobre a enquete “Como promover a união do visando aumento do poder de barganha?”, as opiniões estabelecem um panorama interessante.

A maioria dos internautas que opinaram, até falam em formas de união e exemplificam como ela deve ser feita. Mas a grande maioria exclui a indústria frigorífica do cenário, não como parte da cadeia da carne, evitando negociar diretamente com eles, utilizando-os apenas para a terceirização do abate.

Fica claro também que os pecuaristas se enxergam, uns aos outros, como individualistas, portanto, com dificuldades em se unir. Confira algumas das opiniões manifestadas.

“O pecuarista em geral é muito individualista e gosta de levar vantagem em tudo, diferente do agricultor, que visa sempre aumentar sua produtividade. Enquanto o agricultor está aumentando sua produção, o pecuarista está misturando sal branco ao sal mineralizado para economizar, e fica o tempo todo reclamando do preço da arroba do boi”, diz o engenheiro agrônomo de Botucatu, SP, José Luiz Guimarães de Souza.

Porém Guimarães de Souza aponta formas viáveis de trabalho conjunto entre pecuaristas: “Já existem algumas alianças mercadológicas funcionando, e por sinal muito bem. Abatendo e comercializando seus próprios animais. O Frigorífico é apenas um instrumento executor, alugado, ou terceirizado”, explica o agrônomo, que cita exemplos como a Aliança Mercadológica de Guarapuava (PR), a Cooperativa Carne de Qualidade em Paranavaí (PR) e a Associação do Brangus (RS).

Clever Bermanne Correia Gondim de Fortaleza, CE, é mais radical. “Não tem como haver união entre os produtores. Vivemos em países diferentes dentro de uma mesma realidade. As dificuldades e a falta de estímulo produtivo faz com que antes de qualquer perspectiva de crescimento conjunto, cada qual cuide apenas de si próprio. Como dizem no nordeste – farinha pouca, meu pirão primeiro -, infelizmente essa é nossa realidade”.

Alexandre Cordeiro, pecuarista de Joanópolis, SP, acredita que, juntos, os produtores de carne são mais fortes que os frigoríficos. Sua idéia é que se terceirize o abate em algum frigorífico que esteja passando por dificuldades financeiras, e os pecuaristas, com a carne em mãos, seriam capazes de negociar com exportadores. Para Cordeiro, um grupo de 40 a 50 produtores unidos, teria condição para tal empreitada.

“Temos realmente que nos unir. Se não for pela minha idéia de terceirização, que seja montando um pool de fornecedores, e ai sim negociar. Mas os problemas são os furos, temos que ser uma maioria organizada, não um monte de desesperados nervosos, bravos e isolados”, conclui Alexandre.

Já Alexandre Foroni, zootecnista de Rondônia acredita que a saída seja “através de cooperativas, como é o caso da Cooperocarne que já está construindo seu próprio frigorífico e que já conta com mais de 400 cooperados”.

Fonte: Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. João Bosco Pereira disse:

    Não vejo a curto prazo uma forma melhor que a formação de cooperativas, pois a classe produtora é “tão unida” que um vizinho de propriedade chega a torcer para que o outro passe por dificuldades de caixa para comprar abaixo do preço o que ele tiver.

    E neste cenário, o frigorífico é o que vai mandando no jogo.Vende se o boi por arroba a preços ditados pela industria, que não paga sequer o couro, e ainda falam em uso de arame liso e marca a fogo na canela do animal . Assim não dá.

  2. Alexandre Cordeiro disse:

    Gsotaria de saber o telefone da Cooperocarne e se já existe mais alguma cooperativa de produtores de gado .

  3. Pedro Junqueira Netto disse:

    O que falta não é união, e sim representação nas diversas atividades agrícolas, como produtor de milho, produtor de gado, fruticultores, etc. E que esta representação seja eleita por voto direto. Viva a democracia e abaixo a ditadura dos sindicatos.