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Enquete: “caso” Margen pode ajudar na evolução do setor

No dia 1º de dezembro a cadeia da carne foi surpreendida por uma desagradável notícia. A Polícia Federal prendeu, sob acusação de sonegação de impostos e contribuições previdenciárias, onze pessoas ligadas ao Frigorífico Margen, um dos cinco maiores processadores de carne do país.

Para analisar o impacto no mercado da prisão dos proprietários do Margen, e as conseqüências futuras desse incidente, o BeefPoint lançou, no dia 2 de dezembro, a seguinte questão aos seus leitores: Qual o impacto da prisão dos sócios do frigorífico Margen no mercado do boi?

As respostas revelam diversas leituras para o fato. Interpretações que apenas enxergam o lado negativo do episódio e análises que apontam para aspectos positivos, colocando o incidente como ponto de partida para um desenvolvimento mais saudável. A carga tributária vigente é outro ponto discutido, assim como a pressão baixista sobre a arroba do boi. Veja as opiniões.

O leitor Emón Aisatnaf explica.”No curto prazo com certeza ocorrerá perda de credibilidade dos produtores e cancelamento de abates no Margen e conseqüentemente ocorrerá um aumento de oferta de bovinos aos outros frigoríficos; o que fará o preço da arroba esfriar nos locais onde o Margen tem planta estabelecida”. Sérgio Benoni Sandri segue a mesma linha.”Creio que o impacto sobre o ocorrido será com certeza especulativo”.

Marcos Antonio dos Santos, engenheiro agrônomo e consultor em pecuária, analisa o fato positivamente. “Talvez seja o início da descoberta de um iceberg, logo virão outros. Poderá haver perdas para o pecuarista em um primeiro momento, mas no médio prazo o resultado será positivo. Não temos empresas estrangeiras no setor, não temos empresários de outros setores, tipo Sadia, Perdigão e assim por diante. Temos apenas empresas familiares, onde não existem acionistas para se prestar contas. Tem que haver evolução no setor, e não será sem dor”. Benjamin Guimarães diretor da Agro-Consult de Belo Horizonte, MG, vislumbra uma solução. “Pode vir a moralizar o mercado se algum palyer da cadeia do frango, dos suínos ou do exterior se interessar em transformar o Brasil numa plataforma de exportação de carne in natura”. Emón Aisatnaf completa.”Acredito que precisávamos de acontecimentos como esse para começar um novo período na pecuária nacional. E para tornarmos o mercado tão profissional e competitivo quanto em outras atividades no país”.

“Punir pesadamente o que alguns consideram pequenos delitos é uma maneira de evitar que delitos maiores sejam cometidos. É sustentáculo para a formação de uma cultura que valorize a ética comercial, condição básica para a organização de capitais crescentemente saudáveis na cadeia”, finaliza o leitor Helinton José Rocha.

Fonte: Equipe BeefPoint

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