A necessidade de elevar a concentração energética da ração dos animais ocasionou, recentemente, um aumento na aquisição de ingredientes energéticos, seja na forma de grãos ou de ração completa, cujo amido é o principal representante. Os carboidratos possuem importância quantitativa na dieta de ruminantes (~70%), o que confere alto impacto sobre a economicidade do sistema. Como o amido deriva principalmente dos cereais, alguns produtores com o objetivo de conter gastos, iniciaram sua própria produção de grãos, entretanto, os custos começaram a se alavancar, especialmente os relacionados à secagem.
A necessidade de elevar a concentração energética da ração dos animais ocasionou, recentemente, um aumento na aquisição de ingredientes energéticos, seja na forma de grãos ou de ração completa, cujo amido é o principal representante.
Os carboidratos possuem importância quantitativa na dieta de ruminantes (~70%), o que confere alto impacto sobre a economicidade do sistema. Como o amido deriva principalmente dos cereais, alguns produtores com o objetivo de conter gastos, iniciaram sua própria produção de grãos, entretanto, os custos começaram a se alavancar, especialmente os relacionados à secagem.
Desse modo, foi iniciada a técnica de ensilagem de grãos úmidos, para contribuir com os problemas de perdas no campo e no armazenamento de grãos na propriedade, onde normalmente os custos são elevados e ocorrem perdas qualitativas e quantitativas em função do ataque de insetos-pragas e de roedores.
Contudo, alguns produtores e técnicos que abraçaram com entusiasmo este sistema de conservação, estão demonstrando certa incerteza sobre a real conveniência da silagem de grãos de cereais, derivada da intensa deterioração aeróbia, especialmente após a abertura do silo.
1. Fundamentos da produção
A tecnologia da ensilagem de grãos deve seguir o mesmo princípio daquela utilizada na conservação de qualquer forrageira, ou seja, fermentação anaeróbia com redução do pH da massa, respeitando-se todos os cuidados em relação à colheita, compactação, vedação e desabastecimento do silo.
1.1. Colheita
O ponto ideal de colheita é quando o grão apresentar entre 30 a 35% de umidade (70 a 65% MS). Na prática, a espiga apresenta as brácteas (palha) secas e o grão já completou a maturidade fisiológica. No milho a maturidade fisiológica é evidenciada quando é formada uma “camada negra” no ponto de inserção do grão com o sabugo (Jobim et al., 2001).
Logo após a colheita, os grãos devem ser quebrados ou laminados (amassados), quando possível. Na alimentação de suínos, recomenda-se moer finamente os grãos (peneira de 8 mm), entretanto, na alimentação de ruminantes, uma moagem grossa (quirera) é suficiente, ou seja, a quebra dos grãos em três a quatro pedaços. No entanto, alguns autores têm afirmado que o grão laminado teria melhor aproveitamento pelo animal (Jobim et al., 2001).
1.2. Abastecimento e tipos de silos
Independentemente do tipo de silo utilizado, ressalta-se que a silagem de grãos úmidos deve ser bem compactada, onde os valores de densidade devem alcançar entre 800 a 1000 kg/m3. Este tipo de silagem possui alto risco à deterioração aeróbia, seja na estocagem ou no fornecimento aos animais, sendo que a densidade da massa é determinante na qualidade final, pois aliada à concentração de MS indicam a porosidade do alimento, que condiciona a taxa de movimentação do ar e, conseqüentemente, o potencial de deterioração.
Em relação aos tipos de silos utilizados na conservação de alimentos, o trincheira é o mais conhecido e utilizado, devido à sua facilidade no abastecimento, compactação, desabastecimento e menores perdas, quando comparado ao do tipo superfície, por exemplo. Em geral, são construídos em alvenaria, com duas paredes laterais e uma de fundo, podendo ter a forma de um trapézio ou a forma de um retângulo.
Silo do tipo superfície, por não possuir parede lateral, dificulta a compactação pelo deslizamento dos grãos e então a preferência recai sobre àqueles com maiores facilidades operacionais e que impõem menores perdas. Desse modo, os silos tubulares horizontais (tipo bag), representam atualmente, uma alternativa interessante na estocagem dos grãos.
Algumas das vantagens deste tipo de silo incluem seu custo, sendo considerado um método relativamente barato, flexibilidade no armazenamento, permitindo que culturas com qualidade distinta ou com histórico agronômico diferenciado sejam armazenadas individualmente. Além disso, os silos de diâmetro menor permitem a redução de perdas no manejo da silagem, principalmente em propriedades de menor porte.
Muck & Holmes (2001), realizaram um estudo interessante, com o objetivo de monitorar o enchimento e a retirada de silagem de alfafa e milho em três fazendas na região de Madison – EUA, a fim de avaliar a densidade, as perdas e os fatores potenciais que os afetam. Segundo os autores as densidades médias nos silos foram influenciadas pela concentração de MS da planta, equipamento que compacta a forragem, operador, safra e processamento ou não dos grãos (no caso de silagens de milho).
Observa-se na Figura 1 que a densidade estimada a 15 cm do topo e das laterais foi de aproximadamente 40% da densidade observada na porção inferior central do painel do silo. As densidades estimadas para o centro geométrico do painel variaram entre 20 e 150% da densidade da porção inferior central.
Figura 1. Variação percentual na densidade das silagens em silos do tipo bag.
1.3. Vantagens e desvantagens do uso de silagem de grãos úmidos
As vantagens e desvantagens da silagem de grãos úmidos em relação aos grãos secos são as seguintes: