Ensilagem: Qual deve ser o peso do equipamento durante a compactação da massa?

A presença de oxigênio na massa constitui-se como fator indesejável durante a ensilagem, processo fermentativo e o desabastecimento do silo. As etapas de enchimento e compactação estão intimamente ligadas às condições de aerobiose no alimento, pois têm como objetivo eliminar o ar remanescente no interior da massa, criando um ambiente anaeróbio (ausência de oxigênio), fundamental para o início da fermentação desejável.

A presença de oxigênio na massa constitui-se como fator indesejável durante a ensilagem, processo fermentativo e o desabastecimento do silo. As etapas de enchimento e compactação estão intimamente ligadas às condições de aerobiose no alimento, pois têm como objetivo eliminar o ar remanescente no interior da massa, criando um ambiente anaeróbio (ausência de oxigênio), fundamental para o início da fermentação desejável.

A velocidade no enchimento e a densidade da forragem no momento do fechamento do silo determinam a quantidade de oxigênio residual na massa ensilada, influenciando na qualidade final do produto, nas perdas durante a fermentação e após a quebra da vedação. Na Tabela 1 estão descritos os fatores que afetam a densidade da massa em silos horizontais (trincheira e superfície) e em silos tubulares horizontais (tipo bag). Observa-se que todos os itens que compõem a tabela e que contribuem para uma densidade de qualidade satisfatória são inerentes ao manejo, ou seja, controlados pelo homem, e entre eles destacam-se o peso e a pressão do equipamento.

Tabela 1. Fatores que afetam a densidade da massa de silagem de acordo com os tipos de silo.

A densidade da massa vegetal no silo é determinante da qualidade final da silagem, pois aliada ao teor de MS da forragem indicam a porosidade do alimento, que condiciona a taxa de movimentação do ar e, conseqüentemente, o potencial de deterioração durante o armazenamento do silo, sendo que esta deve apresentar valor mínimo 225 kg MS/m3 para que se tenha silagem de qualidade satisfatória.

Ruppel et al. (1995) estudando o manejo de silos bunker em fazendas de produção de leite, relataram que as perdas de MS podem ser reduzidas em 2,2 % para cada acréscimo de 50 kg MS/m3 na densidade da silagem. Avaliando a influência de diferentes densidades (97,4; 118,6; 139,2 e 164,1 kg MS/m3), obtidas através da variação na pressão de compactação, em silagens de capim-Marandu, Amaral et al. (2007) encontraram que ao longo de 60 dias de armazenamento as perdas de MS foram de 16,9, 16,7, 6,8 e 5,6%, respectivamente, demonstrando os benefícios da maior densidade na redução de perdas.

Ruppel et al. (1995) avaliaram o manejo da produção de silagens de milho e de alfafa em 12 fazendas no Estado de Nova York – EUA e encontraram que o peso do veículo e a taxa de compactação, dentre os parâmetros avaliados foram os que melhores correlacionaram com as variações nas densidades das silagens.

Dentro desta linha, é possível que altas densidades sejam alcançadas (225 kg MS/m3) conhecendo-se a quantidade de forragem que é compactada por hora ou o peso do equipamento que exerce a pressão, de acordo com as equações abaixo:
Equação 1: TC = (PV x 2,205) / 900
Equação 2: PV = TC x 900 x 0,454
TC = taxa de compactação (t/h); PV = peso do veículo (kg).

Admitindo-se que a estrutura para realizar a colheita e transporte (representa a taxa de compactação) é de custo superior aos veículos de compactação e também menos flexível com relação a empréstimo de outras fazendas círculo vizinha, por exemplo, sugere que a equação 2 seja utilizada no momento de planejar a ensilagem. Dessa forma, de um modo simples e sem adição de grandes custos, como pesos extras na parte frontal ou no terceiro ponto do equipamento ou mesmo encher os pneus com certa quantidade de água, pode-se garantir volumoso de qualidade satisfatória dentro da propriedade.

A utilização da equação 2 vai de encontro com os resultados encontrados por Ruppel (1997) onde relatou que o equipamento de compactação deve apresentar peso igual ou superior a 40% da massa de forragem que chega ao silo por hora de trabalho efetiva.

No Brasil, a produção de silagem de capins tropicais geralmente é traduzida em baixos valores de densidade devido ao tamanho de corte que as máquinas proporcionam, desse modo, quando a eficiência na compactação é limitada pelo tamanho de partícula da forragem (Silagem de capim: Mitos e Verdades), o peso do equipamento que compacta se constitui numa ferramenta importante para atingir altas densidades nas silagens que são produzidas dentro da propriedade agrícola.

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