O crescimento compensatório é um fenômeno que ocorre com animais que, após uma fase de restrição alimentar, com a retomada de níveis adequados, apresentam um ritmo de crescimento de forma mais intensa que ocorreria caso eles tivessem tido crescimento contínuo.
Segundo Medeiros e Lanna (2001) o crescimento compensatório é um fenômeno que ocorre com animais que, após uma fase de restrição alimentar, com a retomada de níveis adequados, apresentam um ritmo de crescimento de forma mais intensa que ocorreria caso eles tivessem tido crescimento contínuo. Dessa forma, uma parte ou todo o crescimento que deixou de se efetuar no momento de restrição é compensado durante a duração do crescimento compensatório.
Figura 1. Representação esquemática do ganho compensatório completo e parcial e sem compensação
O fenômeno do crescimento compensatório já está incorporado no mercado americano de confinamentos, onde animais com condição corporal melhor têm desconto em relação a animais mais magros, pois os confinadores sabem que o segundo terá um desempenho superior (Sainz, 1998).
Apesar disso, ainda falta informação suficiente para incorporar o efeito do crescimento compensatório de maneira eficaz nos modelos de previsão de exigências ou desempenho. O grande problema está na correta identificação de cada fator que o afeta e o entendimento dos processos biológicos que o desencadeia.
Segundo Ryan (1990), o animal pode apresentar compensação completa, parcial ou não apresentar compensação, após um período de subnutrição ou restrição alimentar (Figura 1). No caso de compensação completa, o ângulo de inclinação da curva de crescimento dos animais que passaram por restrição é maior do que o dos animais que não passaram por restrição. Essa compensação na taxa de crescimento pós-restrição, permite que o mesmo peso de abate seja atingido à mesma idade. Na compensação parcial, o ângulo de inclinação da curva de crescimento dos animais que passaram por restrição é maior do que o dos animais que não passaram por restrição, mas não o suficiente para que o mesmo peso de abate seja atingido a uma mesma idade. Por fim, quando o ângulo de inclinação da curva de crescimento dos animais que passaram por restrição, é menor ou igual ao dos animais que não passaram por restrição, diz-se que não houve compensação, e o mesmo peso de abate será atingido a idades mais avançadas ou até mesmo não será atingido, dependendo da severidade e extensão da restrição.
As principais alterações durante o crescimento compensatório estão relacionadas como segue:
1 – Maior taxa de ganho;
2 – Eficiência de conversão alimentar superior;
3 – Mudanças na composição do ganho.
Eles podem ser explicados por:
1 – Aumento no consumo voluntário;
2 – Reduzida taxa de mantença;
3 – Melhor eficiência metabólica;
4 – Mudanças na composição do ganho;
5 – Redução no tamanho dos órgãos;
6 – Mudanças endócrinas.
O NRC (1996) apesar de discutir o efeito da restrição alimentar no consumo de alimentos, não inclui no modelo de ingestão nenhum fator para incorporar o efeito do crescimento compensatório. O ganho compensatório é apenas computado pelo NRC (1996) com base no escore de condição corporal menor que 5, o que ajusta apenas a exigência de manutenção e não consumo de matéria seca. Assim sendo, o nutricionista seria o responsável pelo ajuste do consumo em animais que sabidamente apresentarão ganho compensatório nos primeiras semanas de alimentação.
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Muito interessante esse texto