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Entidades se preocupam com alta dos custos de produção

As entidades de pecuaristas dos principais estados produtores, inclusive Goiás, começam a manifestar preocupação com o descompasso entre os aumentos dos custos de produção no setor e a tímida evolução dos preços do boi gordo. Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, disse que, em média, produzir carne ficou 0,79% mais caro em março, com relação ao mês anterior, nos seis estados predominantes na pecuária de corte: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e São Paulo.

Segundo Nogueira, a situação do pecuarista agravou-se mais ainda porque, no mesmo período, o preço médio da arroba do boi gordo no mercado interno caiu 0,97%, sob a alegação dos frigoríficos de que a carne brasileira vem perdendo competitividade no mercado externo, devido à valorização do real frente ao dólar. Entre fevereiro e março o custo de produção da carne aumentou cerca de 4,8% em dólar, dos quais 4% foram por conta da variação cambial e apenas 0,8% de elevação do custo médio.

Dentre os seis estados pesquisados, Goiás ficou com o terceiro maior aumento de custos de produção no segmento de pecuária de corte, 1,05%, perdendo apenas para o Mato Grosso com 1,36% e o Pará com 1,07%. Os pecuaristas goianos arcaram com aumentos elevados de alguns insumos, como o do sal mineral que superou os 7% e o dos materiais para cerca, que subiram quase 9%.

Para o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura, Maurício Faria, fatos como esses explicam porque a pecuária de corte cresce em importância no País, as exportações sobem além das expectativas, mas o pecuarista continua com baixos níveis de renda.

Citando dados do Centro de Pesquisas Agropecuárias (Cepea), Nogueira afirmou que, em março do ano passado o pecuarista comprava uma tonelada de adubo 20-05-20 com dez arrobas de boi gordo, mas em março deste ano já precisava de pelo menos 13,5 arrobas, o que representa um aumento de 36%.

Da mesma forma, o produtor, que em março de 2001 comprava um trator de 61 cavalos com 800 arrobas de boi, em março passado já precisava de 1.050 arrobas. Segundo o coordenador do Fórum, os dados indicam também que em março passado o arame farpado estava 31% mais caro que no mesmo mês do ano passado, enquanto o preço da arroba do boi subiu apenas 26,6% no mesmo período.

Fonte: O Popular/GO (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint

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