A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul (SAA) obteve autorização para ingresso de carne com osso gaúcha em Santa Catarina na sexta-feira (27), em Xanxerê (SC). A medida foi anunciada por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) durante reunião do secretário da Agricultura, Odacir Klein, com seu colega catarinense de pasta, Moacir Sopelsa.
O objetivo inicial do encontro era debater o ingresso de gado em pé e de carne com osso do Rio Grande do Sul em território catarinense. Sopelsa afirmou não aceitar a entrada de gado vivo de outros estados em Santa Catarina, mas acatou a decisão ministerial em relação ao outro ponto da pauta. O Mapa deve emitir portaria formalizando a liberação da venda da carne com osso, porém não há ainda data para vigência da determinação. “Vamos continuar trabalhando pelo retorno do livre trânsito de gado em pé gaúcho para Santa Catarina”, ressaltou Klein.
O Mapa impôs como condição para a venda da carne com osso, que o produto tenha origem em frigoríficos vistoriados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). A medida vale para todos Estados brasileiros que possuam situação idêntica à da bovinocultura gaúcha, que é de estar em área livre de febre aftosa com vacinação.
“Risco zero não existe, mas a decisão do Ministério não acarretará problema para Santa Catarina”, afirmou o diretor substituto do Departamento de Defesa Animal do Mapa, Jamil Sousa. Atualmente, Santa Catarina produz 120 mil toneladas anuais de carne bovina, mas consome 175 mil toneladas ao ano, o que obriga a obriga a importar o produto.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, afirmou que a entrada de carne com osso representa um risco para o atual status sanitário catarinense, de zona livre de aftosa sem vacinação.
O presidente da Faesc, que também é presidente da Coopercentral Aurora, disse que a manutenção do atual status sanitário é imprescindível para a busca de novos mercados, como a Europa Ocidental e o Japão. “O ministério terá que arcar com a responsabilidade desta decisão”, apontou.
Há mais de sete anos a doença não é registrada no Estado. Caso o ministério libere a entrada de carne com osso, Santa Catarina poderia receber o produto de 14 estados que vacinam seus rebanhos.
A única concessão aceita pela Faesc seria a entrada de carne somente entre frigoríficos de inspeção federal, com a desossa antes de ir para os mercados e incineração dos ossos.
Fonte: Clic RBS/Agrol e Diário Catarinense (por Darci Debona), adaptado por Equipe BeefPoint