No dia 5 de abril, será realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o Beef Summit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.
No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Há vários finalistas, em 19 categorias diferentes.
Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.
Confira abaixo, a entrevista com Leonardo Jiménez, finalista na categoria Profissional – nutrição de gado de corte.
Leonardo Osorio Jiménez mora em Santana do Livramento – RS. É engenheiro agrônomo (UFRGS), administrador de propriedades de pecuária de corte e representante da TORTUGA Companhia Zootécnica Agrária – Nutrição Animal.
BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?
Precisamos firmar a imagem de uma pecuária que produz carne de qualidade, de raças britânicas em sistema a pasto. Acredito que esse é o nosso diferencial. Ao mesmo tempo devemos buscar uma administração mais empresarial e produzir com maior eficácia e eficiência.
BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?
Cito o produtor Ricardo Furtado da Reculuta Agropastoril, por ser um exemplo de quem persegue um modelo empresarial em suas atividades, investe em melhoramento genético, em sanidade e nutrição, colhendo resultados nas pistas de julgamento, nos índices zootécnicos e nos dados de abate. Além de atuar junto à entidades representativas de raça e de produtores.
BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?
Devemos valorizar o nosso sistema de produção em cima de pastagens nativas aos moldes do que a Argentina já faz. Destacar as qualidades organolépticas da carne produzida nesse sistema, diferente de sistemas mais intensivos. Raças britritânicas produzidas em um ambiente conservado e de grande diversidade forrageira são pontos determinantes para que possamos apresentar ao consumidor um produto que supere em qualidade as carnes de outras regiões. É importante também que instituições representativas dos produtores façam sua parte divulgando essas qualidades. Lembrando que ainda temos que resolver a questão referente a rastreabilidade. Temos que ter um produto com origem conhecida e que garanta segurança alimentar.
BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?
O que temos como inovação é o fato de criar-se a mentalidade de um sistema de produção respeitando as características locais e o meio ambiente. Dentro dessa ótica, entra o trabalho desenvolvido pela Tortuga que denominamos Pecuária de Precisão, ou seja: maximização dos recursos disponíveis, correção de desperdícios, redução dos custos de produção, coleta de dados para trabalhar nos pontos críticos de forma objetiva, buscando maior retorno na atividade.
BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?
O produtor deve investir mais no uso de ferramentas que lhe permitam aumentar a capacidade de suporte do campo nativo, aumentando assim a produtividade por hectare. Produzir mais em áreas menores é o desafio. O setor frigorífico e o varejo devem remunerar melhor animais que produzam carne de qualidade.
BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?
Foi um ano de consolidação e ampliação de ferramentas que já vem sendo usadas, tais como divisões de áreas, fornecimento de água de qualidade através de poços artesianos e reservatórios com bebedouros, adequação da lotação conforme oferta forrageira, ajuste da suplementação de sal mineral, proteinado e proteico-energético de acordo com a qualidade e disponibilidade forrageira e a necessidade de desempenho animal.
BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?
Estive mais atento às oportunidades de mercado buscando uma maior versatilidade dentro do sistema de comercialização, ora atendendo frigoríficos, ora confinadores ou compradores de gado em pé para exportação. O uso de touros melhoradores de origem da Reculuta Agropastoril ao longo dos últimos anos resultou em uma melhora significativa nos índices zootécnicos juntamente com uma valorização na comercialização.
BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porque?
Aumentar a capacidade de suporte do campo e melhorar a gestão da propriedade, pois devemos estar sempre na busca do aumento da rentabilidade.
BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?
Hoje o pecuarista precisa produzir em seu ambiente de forma economicamente rentável e com sustentabilidade. Em um momento que o setor sente-se acuado pela expansão da lavoura, mais do que nunca é preciso produzir carne diferenciada para mercados diferenciados com maior valorização, logo, quem quiser manter-se na atividade precisa cada vez mais envolver a família no negócio (uma característica importante da pecuária gaúcha), entender do seu negócio, trabalhar com objetivos bem definidos, investir em manejo e adubação de campo, melhorar as condições genéticas, sanitárias e nutricionais, buscar alianças mercadológicas, entre tantas outras atitudes que se fazem necessárias para ter rentabilidade.
BeefPoint: Qual sua mensagem para a industria frigorífica e varejo?
Que valorizem o esforço do produtor através da remuneração dos seus produtos.
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