Preocupante: Os equivalentes são indicadores que podem expressar de forma bruta a receita das indústrias frigoríficas mato-grossenses, e mais uma vez o Imea chama a atenção para eles. Ao se vislumbrar o ECD (Equivalente Cortes Desossados) vê-se uma forte queda no decorrer de 2016, para se ter uma ideia em janeiro/16 o ECD atingiu o valor médio de R$ 164,13/@, já em junho/16 o mesmo indicador atingiu R$ 151,05/@, desvalorização de 7,97% em seis meses. A dificuldade do escoamento da carne bovina no mercado interno é o que tem motivado essas reduções. Além disso, o dólar já caiu 15,50% no mesmo período de compa- ração, afetando a competitividade da carne bovina brasileira nas vendas ao exterior, e diminuindo até mesmo a receita em reais. Ou seja, em suma, a situação da demanda, seja interna ou externa, mostra-se delicada, e com a oferta ainda restrita, a “queda de braço” entre os elos deve acirrar-se nos próximos meses.
– Os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda apresentaram nesta semana quedas de 0,65% e 0,61%, respectivamente. O valor médio da arroba do macho foi de R$ 131,43 e de R$ 124,60 o da fêmea.
– Pela quarta semana consecutiva, o preço do bezerro fechou com desvalorização, sendo nesta semana de 1,29%, ficando cotado a R$ 1.240,00/cabeça.
– Mais uma semana de queda no contrato futuro do boi gordo para outubro/16 na BM&F, a queda foi de 1,23% no comparativo semanal. O mal humor do mercado quanto a demanda interna tem desestimulado os preços.
– A relação de troca boi/bezerro findou a semana com alta de 0,65%, sendo possível agora a compra de 1,80 bezerro com a venda de um boi gordo.
BARREIRA: Nos últimos quatro meses, o preço da arroba do boi gordo “parou no tempo”, realizando um compara- tivo entre a cotação média do mês de julho/16, até o dia 21/07, com abril/16, constata-se uma variação negativa de 0,43%. E, com isso, a pergunta padrão é: como, em um ano de oferta restrita, o preço não consegue alçar “voos” maiores e buscar novos recordes? A explicação encontra-se no gráfico ao lado, onde através da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) realizada pelo IBGE obtém-se o índice do vo- lume de vendas no comércio varejista, indicador que re- presenta o comportamento do varejo brasileiro. Como po- de ser visto, a média do índice nos cinco primeiros meses de 2016 ficou em 100,96, pior valor desde 2011, demon- strando assim a piora clara no quadro da demanda. Diante disso, vislumbra-se que atualmente quem parece ter “tomado” as rédeas do preço do boi gordo é a dema- nda, limitando altas e até mesmo justificando as baixas.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
1 Comment
Ano de vacas magras!!!