O mercado do boi gordo teve uma semana de especulação e incerteza quando ao rumo que os preços irão tomar. Os frigoríficos mantém os preços reduzidos mesmo sem conseguir efetivar muitos negócios, para conseguir comprar é preciso negociar algum diferencial e pagar mais caro.
O mercado do boi gordo teve uma semana de especulação e incerteza quando ao rumo que os preços irão tomar. Os frigoríficos mantém os preços reduzidos mesmo sem conseguir efetivar muitos negócios, para conseguir comprar é preciso negociar algum diferencial e pagar mais caro.
O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista registra 5 dias consecutivos de baixa. Durante a semana o recuo foi 0,57%, com o indicador sendo cotado a R$ 64,56/@, na quarta-feira 22/08. O indicador a prazo foi cotado a R$ 65,29/@, baixa de R$ 0,06. Em relação ao mesmo período de 2006 os valores captados pelo Cepea estão 16% mais altos. Em 22 de agosto do ano passado o indicador de boi gordo informava o valor de R$ 55,65/@.
Com a redução do indicador de boi gordo durante a semana, a relação de troca também diminuiu, ficando em 1:2,34. Essa redução aconteceu porque o mercado de reposição não acompanhou o movimento do mercado do boi gordo, se valorizando 0,58%, com o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista cotado a R$ 454,56/cabeça.
A valorização do dólar se repetiu durante essa semana, com a moeda americana sendo cotada a R$ 2,017, alta de 0,65% no período analisado. Com isso o indicador de boi gordo em dólares teve redução de 1,21%, sendo cotado a US$ 32,02/@. a valorização do dólar faz com que os frigoríficos exportadores aumentem a margem bruta. Recebendo mais pela carne exportada as indústrias conseguem trabalhar com preços pagos ao produtor em patamares mais elevados.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Segundo o leitor do BeefPoint, Enéas Soares de Oliveira, de Marília/SP, na região foram negociados lotes de boi a R$ 66,00/@ e de novilhas a R$ 60,00/@, mas não existe oferta de gado pronto. De acordo com informação de outro usuário do BeefPoint, Silvio de Melo e Souza, “na região de Jales/SP um pequeno frigorífico está pagando R$ 64,00/@, livre, com prazo de 30 dias, que representa R$ 65,50/@, para descontar o imposto com prazo de 30 dias”.
No Mato Grosso do Sul as cotações também recuaram, mas segundo colaboradores do BeefPoint que atuam diretamente no mercado da região, os produtores sumiram e os negócios travaram.
Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 15/08/2007
O mercado de reposição continua com muita procura para todas as categorias de gado magro. Com a situação de oferta reduzida em praticamente todas as regiões do país, as negociações são difícieis para quem quer comprar, pois os pecuarista que ainda possuem lotes para vender estão segurando, na tentativa de conseguir preços ainda melhores. Um fato bastante interessante é que em muitas regiões do Brasil iniciou-se um movimento maior de compra de touros. Essa atitude por parte dos pecuaristas já é reflexo dos altos preços e do mercado firme de reposição.
Segundo William Del Conte Martins, “realmente os preços de touros e bezerros dispararam. Na semana passada aqui em Juara-MT, durante a exposição, tive um cliente que vendeu os touros no leilão na média de R$ 6.050,00 reais. E os leilões de gado de corte, venderam bezerros a R$ 450,00. Um excelente preço para o produtor e a oferta continua em baixa”. Saiba mais sobre o mercado de reposição em diversas regiões do Brasil no artigo, Reposição: mercado firme estimula compra de touros.
No mercado futuro, todos os vencimentos fecharam a quarta-feira em baixa, o mercado segue bastante especulado com algumas notícias de início de abates de bois engordados em confinamentos de frigoríficos e dos contratos de boi a termo para os próximos meses. Em relação a semana passada, o primeiro vencimento, agosto/07, teve valorização de R$ 0,37, fechando a R$ 63,66/@ e outubro/07 fechou a R$ 61,45/@ com variação negativa de R$ 0,86 em relação ao fechamento do último dia 15.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 22/08/07
Aqui no Brasil, com a previsão de que os resultados da sorologia feita em Mato Grosso do Sul saiam até o final deste mês, o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), Péricles Pessoa Salazar, acredita que haverá tempo para a Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) avaliar a situação em sua reunião em setembro e decidir sobre o pedido de liberação do MS, Paraná e São Paulo.
“É muito importante que a decisão da OIE saia neste período, porque de 15 a 26 de outubro virá ao Brasil uma nova missão da União Européia que poderá trabalhar com estas novas informações e incorporar o Paraná e o Mato Grosso do Sul no rol dos estados exportadores”, explicou o presidente da associação.
Os grandes frigoríficos brasileiros seguem apostando pesado no crescimento do setor, e investem no aumento de suas estruturas e na diversificação de áreas de atuação, inclusive com mais investimentos fora do país. Na última semana o Friboi informou que pretende realizar investimentos em cinco das 15 plantas que têm no Brasil, até o final do ano o Friboi planeja ampliar em 5,1 mil o número de abates do grupo JBS.
O Bertin inaugurou na última terça-feira sua usina de biodiesel em Lins. A capacidade de produção é de 100 milhões de litros por ano e inicialmente produção atenderá apenas à frota de caminhões, implementos agrícolas e equipamentos do grupo. Posteriormente, o volume excedente será colocado à venda no mercado nacional.
O Marfrig também anunciou novos investimentos nessa semana com a aquisição do frigorífico Patagônia S.A., localizado em Comuna Porvenir, Tierra del Fogo, no Chile, que tem capacidade de abate de 300 mil cabeças de cordeiros por ano. O valor do negócio é de US$ 8,5 milhões. A empresa também divulgou a compra de um curtume em Promissão (SP) por US$ 1,8 milhão, com capacidade de processar 1,5 mil couros por dia.
André Camargo, Equipe BeefPoint
Como está o mercado de boi gordo e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?
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Parabéns aos comentários sucintos e esclarecedores que esta valoroza e capacitada equipe BeefPoint, tem nos apresentado. Nos permitindo tomar as decisões sempre difíceis, mas próximas do acerto.
As compras de gado gordo na região de Cachoeira do Sul, estão paradas, a reposição foi muito cara e o inverno foi o mais prolongado dos últimos 30 anos prejudicando o desenvolvimento das pastagens de inverno.
Mercado de reposição ruim em Paranatinga/MT, muita procura e pouca oferta elevando o preço do bezerro de R$ 300,00 (mar/07), para R$ 380,00 – R$ 390,00 (Set/07).
Na região de Rio Branco/MT o preço do bezerro gira entorno de R$400,00 a R$ 420,00. Mas o boi gordo deu uma esfriada e os frigoríficos alegam que tem uma certa escala de 15 dias.
Este artigo registra mais uma vez que os investimentos por parte da indústria são cada vez maiores. Sendo estes impulsionados pela responsabilidade ocorrida da “porteira pra dentro”. Acredito que os produtores tem a oportunidade de maior remuneração.
Mesmo fenômeno citado pelo Sr. Henrique de Freitas está ocorrendo na minha região. O frigorífico está entrando em férias coletivas a partir deste final da semana retornando somente no início de 2a. quinzena do próximo mês. O motivo alegado é a falta de mercado.
Está na hora do produtor não perguntar quanto estão pagando a @ do boi e sim informá-los eu tenho tantos bois ele custou x e quero receber x+1. Eu não entendo até quando vamos a ficar ver navios, não tem boi e os frigoríficos querem abaixar o preço da @. O preço hoje é assim, você vai no frigorífico, informa a qualidade e dai sai o preço, é no pé de ouvido.