Escalas encurtam e Esalq/BM&F registra alta de R$ 0,66

O mercado segue pressionado pelos grandes frigoríficos, mas a oferta é menor que há algumas semanas, as escalas estão encurtando e os preços da arroba dão sinais de maior sustentação. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 78,87/@, alta de R$ 0,48. O indicador a prazo teve valorização de R$ 0,66, sendo cotado a R$ 79,85/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Depois de perder quase 800 mil vagas na virada do ano, o mercado de trabalho dá sinais de reação, embora a recuperação ainda seja lenta e frágil. Em abril, pelo terceiro mês consecutivo, o mercado de trabalho com carteira assinada apresentou resultado positivo. Foram 106,2 mil contratações a mais do que demissões, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os resultados foram puxados pelo agronegócios e pelo setor de serviços.

No relatório de divulgação dos resultados do 1º trimestre de 2009, o Minerva analisou que apesar da crise, a renda média e a massa salarial do brasileiro está em crescimento em 2009 e tende a apoiar o consumo no mercado interno. O presidente do Minerva comentou que, “existe forte relação entre a massa salarial e o consumo interno de carne bovina. Estamos estimando aumento de consumo”. Leia o artigo completo sobre os resultados e perspectivas apresentados pelo Minerva.

Gráfico 1. Rendimento médio e Massa salarial no Brasil

A BM&FBovespa iniciou a semana em alta. O primeiro vencimento, maio/09, fechou a R$ 80,36/@, com valorização de R$ 0,71. Setembro/09 apresentou a maior variação do pregão com alta de R$ 1,20, fechando a R$ 87,20/@, porém o número de contratos negociados para este vencimento foi reduzido. O contrato que todos estão acompanhando, principalmente os confinadores, outubro/09, fechou a R$ 89,17/@ com variação positiva de R$ 0,88.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 18/05/09

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para outubro/09

As escalas recuaram e a compra de boi já não é tão fácil. Neste cenário os compradores já aceitam negociar e em muitas regiões os frigoríficos pagam mais pela arroba do boi gordo. A semana começou com preços mais firmes, resta saber se continuaram sustentados ou se ainda temos muitos pecuarista retendo animais que serão escoados mais a frente. É certo que a situação começa a ficar menos confortável para as indústrias que não conseguem forçar retrações de preço, neste momento, e assistem a estabilidade dos preços da carne bovina no atacado.

Por outro lado, os diretores dos grandes frigoríficos brasileiros, que tem papeis negociados na bolsa, afirmaram na divulgação dos resultados do 1º trimestre que já estão sentindo recuperação nas exportações tornando suas operações mais atraentes.

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado, o traseiro foi cotado a R$ 5,80, o dianteiro a R$ 4,10 e a ponta de agulha a R$ 3,90. O equivalente físico permaneceu estável, sendo calculado em R$ 73,35/@. O spread voltou a subir, ficando em R$ 5,52/@.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 624,61/cabeça, com valorização de R$ 1,68 e a relação de troca permaneceu em 1:2,08.

Marfrig

A Marfrig Alimentos S.A. comunicou esta terça-feira a retomada das atividades de abate de bovinos nas unidades de Chupinguaia/RO e Porto Murtinho/MS.

Após após reformas de modernização e expansão, as atividades em Chupinguaia/RO terão seu reinício no próximo dia 21 de maio com capacidade instalada de 1.500 bovinos/dia, iniciadas em outubro de 2008.

Porto Murtinho retorna no próximo dia 25 de maio com uma capacidade de abate de 850 bovinos/dia.

A retomada das atividades dessas duas unidades aumenta a utilização da sua capacidade de produção, que hoje é de 13.300 cabeças/dia no Brasil e de 20.950 cabeças/dia no total da Marfrig Alimentos S.A.

André Camargo, Equipe BeefPoint