A escassez do boi gordo para abate começou a afetar o funcionamento dos frigoríficos brasileiros. Tanto é que a maioria deles já reduziu os dias de abate e encurtou o prazo de escala de uma semana para, no máximo, dois dias.
A escassez do boi gordo para abate começou a afetar o funcionamento dos frigoríficos brasileiros. Tanto é que a maioria deles já reduziu os dias de abate e encurtou o prazo de escala de uma semana para, no máximo, dois dias.
A escassez chega ao bolso do consumidor, e a carne já chega a custar mais que o bacalhau. Na região de Ribeirão Preto, os frigoríficos diminuíram em até 30% o número de abates diário. No Barra Mansa, em Sertãozinho, a queda foi de 28,5%; de 700 cabeças para 500 cabeças de boi por dia. Já os dias de abate caíram de seis para quatro e, às vezes, até três.
Segundo o responsável pelas compras, Osmar Marques, o boi que era comprado para daqui a uma semana agora precisa ser adquirido e entregue em até 48 horas. Caso contrário, o frigorífico corre o risco de ficar sem carne. “E o trabalho, que era de segunda a sábado, agora é realizado de quarta a sexta.”
No Frigorífico Minerva, de Barretos, os dias de trabalho caíram de seis para cinco. E a queda só não foi maior porque a empresa, que tem nove frigoríficos espalhados pelo país, intensificou sua estratégia de mercado para conter a escassez de boi gordo. “Estamos utilizando o nosso próprio confinamento para a engorda dos bois, inclusive com bois vindos dos nossos fornecedores”, disse o gerente de mercado do Minerva, Fabiano Tito Rosa.
Além disso, o frigorífico dobrou a compra futura de boi para 300 mil cabeças. “Desde o começo do ano estávamos com a impressão de que haveria uma escassez. Mas, já em maio, diagnosticamos a baixa oferta e intensificamos as estratégias de mercado”, disse.
Apesar da situação, o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), Péricles Salazar, não acredita em desabastecimento. “Tudo que foge ao normal volta ao normal.”
Ele afirmou que a recuperação do mercado deve ocorrer em até dois anos. “Esse é o prazo para o produtor voltar a acreditar, investir em matrizes e bezerro, para lá na frente ter um gado em situação de abate”, disse. No entanto, a expectativa é que os preços atuais se mantenham até o final do ano.
A reportagem é do jornal Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Acredito em uma recuperação de mercado em 03 anos.
Isso tudo é um reflexo da matança indiscriminada de matrizes há 3 ou 4 anos atrás, e do brusco aumento da capacidade dos frigoríficos; onde várias empresas aumentaram suas capacidades, chegando ao dobro, enquanto o rebanho foi diminuindo.
Acredito em uma recuperação sim,mas nada que seja muito rápida, tendo visto que o próprio cilco da pecuária é longo. Concordo com o amigo que postou a carta, o Sr. Fulvio Nascimento, uns 3 anos, mas até lá, indústrias terão que “brigar”ferrenhamente pelo produto escasso. Isso é muito bom para o produtor, que tem uma valorização no seu produto, mas se pensarmos que o próprio produtor comprará a carne no supermercado, elese sentirá lesado pelo preço da carne processada, que a cada dia está aumentando mais para o consumidor.
Esse ano está tendo muita falta de animais para abate, mas se preparem pois 2011 será pior!
O pecuarista vive na ilusão de ganhar dinheiro com a pecuaria,mas sempre tem desculpa para alimentar ainda mais a sua ilusão. Ex É agora ta otimo o preço da @ hoje e de 100,00 vamo investir,o criador acreditando vai la pega todo o seu suado dinheirinho e investe no sonho de ganhar um pouco mais e sair do atoleiro que se encontra,e vende a @ do boi a 70,00 e os frigorificos com aquela ma vontade porque sabe que o produtor ta em suas mãos ,há so pago 69,00.
E brasil onde se tem muito aproveitador.
O Mercado de carne e de boi esta em busca de um novo equilibrio, e parece que certo é que não volta para R$40/@, nem vai ficar em R$100/@. Esta busca pelo novo equilibrio é dinamico, ou seja, enquanto o mercado pode não pagar os R$100, o produtor e as industrias vão achar formas para aumentar a sua produtividade e reduzir os custos de produção para ter o produto a um preço que o consumidor possa pagar, no Brasil e no mundo.
O governo tem uma grande chance para fazer a diferença se sair a tão sonhada reforma fiscal desonerando a cadeia produtiva. Talves aí possamos voltar ao circulo virtuoso onde o produtor tenha a sua remuneração pela atividade e posa crescer com ela, as industrias da mesma forma e o Brasil se consolide de vez como fornecedor mundial de carne bovina. Para sair desta situação de baixa oferat e preços em ascenção somente indo buscar soluções diferentes das que já foram feitas para tornar o produto competitivo novamente. Não tenho duvidas que a carne vai ser escassa, mas não adianta o preço ir a R$200/@ pela alta demanda e baixa oferta , se o volume cair em 50%. Para exemplificar a matematica é R$100/@ x 1kg=R$ 100 faturamento ou se o preço continuar subindo R$200/@x0,5kg = R$100, portanto não resolve o problema do produtor , tão pouco das industrias. A melhor conta é R$ 80 x 2kg = R$160. Amigos os numeros aqui são todos exemplos. Os valores de arroba e volume o mercado esta buscando para este novo equilibro entre os dois.