Nos últimos dias, o três frigoríficos brasileiros de carne bovina que têm ações negociadas na bolsa - Marfrig, JBS, Minerva - divulgaram os resultados do primeiro trimestre de 2009. O BeefPoint acompanhou estas divulgações e as teleconferências realizadas por cada um deles, onde os diretores comentaram os principais pontos de suas operações e perspectivas para os próximos meses, e preparou uma série de artigos analisando estes resultados.
Nos últimos dias, o três frigoríficos brasileiros de carne bovina que têm ações negociadas na bolsa – Marfrig, JBS, Minerva – divulgaram os resultados do primeiro trimestre de 2009. Na verdade essas empresas já podem ser consideradas grandes grupos do setor alimentos, com indústrias espalhadas pelo mundo, grande diversificação de produtos, atuando em diversos segmentos da produção de proteína animal (bovina, suína, ovina e de frangos), industrialização e disponibilizando uma gama enorme de produtos de alta qualidade ao consumidor final.
O BeefPoint acompanhou estas divulgações e as teleconferências realizadas por cada um deles, onde os diretores comentaram os principais pontos de suas operações e perspectivas para os próximos meses, e preparou uma série de artigos analisando estes resultados.
Apesar da crise mundial, que tem influenciado o mercado de carnes de forma intensa, os líderes dos três frigoríficos já começam a notar a recuperação das atividades, principalmente com melhora nas exportações e aumento do consumo, e apostam em crescimento para os próximos meses.
Sobre o período pós-setembro, quando a crise financeira estourou, o presidente da Marfrig, Marcos Antonio Molina dos Santos, disse que os últimos dois trimestres foram um teste de estresse para a estratégia da empresa e que neste período o foco era manter o caixa e “sobreviver”. “Achamos que foram os trimestres mais difíceis dos últimos anos e agora a gente já começa a ver uma recuperação, com melhora nos preços e no mercado financeiro”, ressaltou Molina. Sendo que, mesmo com resultados piores do que nos trimestres de 2008, em março e abril ocorreu uma recuperação nas vendas dentro do Brasil.
“Nossa meta é utilizar todo o potencial da sinergia das últimas aquisições, focando nos resultados, reduzindo custos e buscando a consolidação. As oportunidades para melhorar escala de produção, ganhar mercados e promover a consolidação serão estudadas e aproveitadas. O foco atual é na redução da alavancagem e melhoria na estrutura da empresa”, completou o presidente da Marfrig Alimentos S.A.
A apresentação da JBS teve um clima de otimismo, acreditando que o pior da crise já passou e na recuperação dos mercados internacionais para os próximos trimestres. Mesmo com números pouco animadores a JBS acredita em melhora pela frente. “Já estamos vendo sinais de recuperação, e a expectativa é de um segundo trimestre bom e um terceiro ainda melhor”, disse o presidente da empresa, Joesley Batista, durante teleconferência com analistas.
Fechando com chave de ouro a temporada de divulgação dos resultados dos frigoríficos brasileiros, o frigorífico Minerva apresentou crescimento no primeiro trimestre de 2009.
Segundo Fernando Galleti de Queiroz, diretor presidente do Minerva, “a empresa mostrou estabilidade de margens e de resultados no ambiente bastante volátil que o setor e o mundo têm vivido. Isso aconteceu graças a uma política sólida de gestão de risco, muito focada em minimizar os riscos da empresa, somada a uma capilaridade e força de distribuição interna e externa muito grande e embaladas por uma gestão forte e transparente, buscando a melhoria constante da governança corporativa. E assim, se preparou para crescer, sendo uma das empresas mais bem posicionadas em um cenário bastante instável”.
Durante a teleconferência, Galleti afirmou que apesar de uma sensível queda no consumo e redução da demanda, o momento é bastante favorável para o Brasil. “Os estoques internacionais estão muito baixos, permitindo os exportadores brasileiros trabalharem com preços mais altos na maioria dos mercados e evidenciando um movimento de recuperação”, completou.
Leia mais acessando os artigos listados abaixo:
Marfrig: 1º trimestre foi um grande teste de estresse
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Sem dúvida, parece que o pior da crise já passou, mas que sirva de lição para todos, que as industrias e a classe produtora aprendam com os momentos difíceis passados.
As industrias viveram um momento no ano passado semelhante a bolha imobiliária americana, claro que nas devidas proporções. Muitos grupos sairam comprando Brasil a fora tudo o que achavam na frente, comprando indústrias que custam para construir 40 milhões pelo preço de 150 milhões, construindo frigorificos com capacidade exagerada sem se preocupar com o rebanho da região e assim por diante.
Temos hoje uma capacidade de abate instalada de quase 40% a mais de nosso abate efetivo. Isso é ruim, pois sabemos que a indústria trabalha com um custo fixo e se ela trabalhar abatendo somente 60% da sua capacidade nem com milagre conseguirá ser eficiente em lucratividade, pois vai trabalhar com preços de mercado porém com custos altos.
Por outro lado a indústria que começa a perceber que tem que parar de vender “carne” e passar a vender “alimentos”, carnes industrializadas, porcionadas, temperadas, pratos prontos etc., pois só assim fica menos vulnerável às turbulencias do mercado.
A classe produtora está aprendendo de uma maneira dolorosa que uma industria frigorifica “fraca” debilitada é ruim para ela também, quem pode falar melhor sobre isso são os credores do Margem, Estrela, Quatro Marcos, Arantes, Independencia e outros por ai, que estão na melhores das hipóteses recebendo parceladamente os bois que venderam ou ainda sem qualquer posição.
Quando em maio do ano passado comentávamos e tomávamos posição contrária sobre uma matéria de exportação de boi em pé, em desigualdade de carga tributária com relação aos frigoríficos no estado do Pará, era exatamente por causa disso, sem contar os produtos e os subprodutos que estamos deixando de processar aqui, e esse problema está cada dia pior e ninguém toma uma providência.
Estamos voltando várias décadas atrás sendo expotadores de matéria prima.
Uma industria frigorifica forte é interessante para todos os segmentos, dos produtores aos supermercados, portanto vamos de uma vez por todas entender que frigoríficos e produtores tem que ser parceiros, tem que estar juntos pelos mesmos interresses.
Gostaria de saber quanto foi o lucro do Bertin, e como será que os frigorificos como Marfrig, JBS, Bertim, Minerva, vão conseguir pagar suas dividas com bancos se o setor só dá grandes prejuízos, as ultimas noticias do mercado é que só Bertin deve a credores uns 10 bilhoes de Reais, o Marfrig uns 5 bilhoes de Reais e o governo ainda quer gastar mais com eles, isso é um absurdo, o governo tem que dividir o dinheiro para todos no setor, a ganancia dos grandes que transformou o setor numa verdadeira dúvida sobre o que vai acontecer com o mercado, Boi tem que ser vendido 100% à vista.
Caro André e equipe BeefPoint,
Parabéns pelp acompanhamento dos resultados e eventos de importância dos frigoríficos e também parabéns para os frigoríficos que agora divulgam informações de maniera mais clara e transparente que dá um suporte importante para os seus acionistas e fornecedores.
Mas como comentário geral quero frisar que o Governo através do BNDES e outras instituições públicas agora precisam forçar as indústrias a fazer algumas mudanças estruturais e fundamentais para assegurar que os elos da cadeia sejam renumerados de maneira justa, recompensando os produtores que fornecem gado de qualidade.
Um abraço,
Louis.
Mário Procópio
fazenda bom jardim Caldazinha(GO)
O sr. Renato Morbin fazendo o comentario que tudo já passou, não é bem verdadade. Ele arrendou um abatedouro em Anapolis(GO), comprou boi, vendeu a carne e não acabou de pagar alguns companheiros e inclusive eu. Talvez agora, com melhores condições, êle pode passar o passdo a limpo.