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Especialista explica crítica a carne brasileira

O BeefPoint recebeu um comentário da pesquisadora Luciana Vieira sobre às críticas à carne brasileira no País de Gales (Carne brasileira sob ataque no País de Gales). Luciana atualmente está finalizando seu doutorado na Reading University no Reino Unido. Publicamos abaixo seu relato.

O protesto dos produtores de carne galeses em relação à importação da carne brasileira pelo supermercado Somerfields é mais do que uma simples questão de “reserva de mercado”.

Em 1992, em conseqüência da Vaca Louca (BSE), o Reino Unido implementou o Food Safety Act visando reconquistar a confiança dos consumidores britânicos de carne. Desde então, todo pecuarista e certificado por um QAS (quality assurance scheme), um programa de garantia de qualidade, que impõe padrões rígidos de produção e processamento da carne.

O pecuarista britânico tem que pagar pelas visitas dos inspetores do programa e investir em sistemas de produção “mais limpos” e com preocupações com o bem estar animal.O frigorífico também tem que cumprir com uma legislação rigorosa.

Os pecuaristas galeses alegam que a carne brasileira não está certificada por um sistema de garantia de qualidade rigoroso e, consequentemente, compete de forma injusta com o produto local.

No Reino Unido, a carne brasileira tem sido tradicionalmente comercializada por atacadistas (tipo Makro) para hotéis e restaurantes nos quais os consumidores não têm conhecimento dos pais de origem do produto.

O desafio da carne brasileira é acessar os supermercados europeus (como o caso relatado na matéria) mas garantindo que o nosso produto segue os mesmos padrões de segurança e qualidade dos que aqui produzidos através de programas de certificações confiáveis e desenvolvimento de marcas próprias.

Fonte: BeefPoint, com informações de Luciana Vieira

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