Fechamento 12:10 – 08/01/02
8 de janeiro de 2002
Austrália: exportações de carne bovina em 2001 e previsões para 2002
10 de janeiro de 2002

Estiagem castiga estados do sul

Rio Grande do Sul

Nove prefeituras do Estado do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência devido à estiagem. Ontem, foram encaminhados à Defesa Civil os decretos de Marcelino Ramos, Tiradentes do Sul, Machadinho, Porto Vera Cruz, Bossoroca e Unistalda, que se somaram aos de Maximiliano de Almeida, Tupanciretã e Alecrim.

Segundo o capitão Evandro Zambonato, da Defesa Civil do Estado, os principais motivos que levaram as prefeituras a decretar situação de emergência foram a perda nas lavouras, a queda na produção leiteira e no gado de corte. “Eles também enfrentam falta de abastecimento de água para a população rural e para os animais”, complementou.

Conforme Zambonato equipes da Defesa Civil iniciam hoje as vistorias aos municípios de Marcelino Ramos, Maximiliano de Almeida e Machadinho. Ontem as equipes começaram as vistorias em Tupanciretã e Alecrim. O prefeito de Marcelino Ramos, Realdo Colla, disse que a cultura de feijão já está comprometida em 80%. “Se não chover nos próximos dias. o milho também será afetado. Além disso, a produção de leite está abalada”, disse o prefeito.

O município de Maximiliano de Almeida, apresenta danos de 30% na lavoura do milho; 20% na soja; 60% no feijão e 40% na produção de leite. Há problemas no abastecimento de água, atingindo também a pecuária.

Quadro climático

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul (SAA) está monitorando a situação dos municípios de algumas regiões do Estado que estão sendo afetados pela falta de chuva nos últimos dias. De acordo com a SAA, o quadro climático é considerado normal para a época, não havendo previsão de estiagem durante o verão. O diretor do Departamento de Gestão de Riscos Rurais da SAA, Régis Belém, ressalta ainda que a falta de chuva está ocorrendo de maneira localizada e pontual, o que confirma a situação de normalidade.

Na última reunião do Fórum Permanente de Monitoramento de Tempo e Clima para a Agricultura no RS, realizada no dia 20 de dezembro passado, a SAA indicou os prognósticos climáticos para o período. Segundo as informações, neste verão não haverá a ocorrência do El Niño e do La Niña, fenômenos que, no RS, são responsáveis pelas cheias e estiagens.

Santa Catarina

As perdas nas lavouras em virtude das estiagem que ocorre no Estado de Santa Catarina, principalmente na região oeste, somam R$ 75 milhões. A estimativa foi divulgada ontem pelo secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Estado, Odacir Zonta.

O levantamento foi realizado pelo Instituto Cepa e apresentado em reunião com técnicos da secretaria, no final da tarde de ontem. De acordo com este levantamento, a seca provocou a perda de 322 mil toneladas, sendo 300 mil de milho (8% do total) e 22 mil de feijão (15% no total). A situação mais grave é no oeste onde as perdas no feijão chegam a 37%.

Zonta explicou que as perdas na lavoura de soja ainda não puderam ser computadas. O mesmo acontece com o leite. No oeste, os prejuízos na produção de leite são estimados em 20%, segundo o gerente regional da Epagri de Chapecó, Celso Dal Piva. No fumo a estimativa é de 15 a 20%.

O presidente da Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), Mário Lanznaster, estima que a quebra no milho no oeste atinja 10% a 15%, e, no feijão, 40%. Em Chapecó, o diretor técnico do Departamento de Agricultura, Ernesto Martinez, estima perdas de 40% a 50% no feijão, 30% no leite e hortaliças e 20% no fumo e leite.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) destinou 15 máquinas (retroescavadeiras e tratores de esteira) para trabalharem no oeste na abertura de fontes e reservatórios. Segundo o secretário Odacir Zonta, o objetivo é garantir o abastecimento das comunidades do interior e das criações de suínos, aves e bovinos.

O gerente regional da Epagri de Chapecó, Celso Dal Piva, disse que entrou em contato com 27 municípios do oeste e todos estavam transportando água para abastecer as criações em carros-pipa e distribuidores de esterco desinfectados.

Fonte: Correio do Povo/ RS, Diário Popular/ RS, Diário Catarinense/ SC (por Darci Debona) e Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.