Rio Grande do Sul
Nove prefeituras do Estado do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência devido à estiagem. Ontem, foram encaminhados à Defesa Civil os decretos de Marcelino Ramos, Tiradentes do Sul, Machadinho, Porto Vera Cruz, Bossoroca e Unistalda, que se somaram aos de Maximiliano de Almeida, Tupanciretã e Alecrim.
Segundo o capitão Evandro Zambonato, da Defesa Civil do Estado, os principais motivos que levaram as prefeituras a decretar situação de emergência foram a perda nas lavouras, a queda na produção leiteira e no gado de corte. “Eles também enfrentam falta de abastecimento de água para a população rural e para os animais”, complementou.
Conforme Zambonato equipes da Defesa Civil iniciam hoje as vistorias aos municípios de Marcelino Ramos, Maximiliano de Almeida e Machadinho. Ontem as equipes começaram as vistorias em Tupanciretã e Alecrim. O prefeito de Marcelino Ramos, Realdo Colla, disse que a cultura de feijão já está comprometida em 80%. “Se não chover nos próximos dias. o milho também será afetado. Além disso, a produção de leite está abalada”, disse o prefeito.
O município de Maximiliano de Almeida, apresenta danos de 30% na lavoura do milho; 20% na soja; 60% no feijão e 40% na produção de leite. Há problemas no abastecimento de água, atingindo também a pecuária.
Quadro climático
A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul (SAA) está monitorando a situação dos municípios de algumas regiões do Estado que estão sendo afetados pela falta de chuva nos últimos dias. De acordo com a SAA, o quadro climático é considerado normal para a época, não havendo previsão de estiagem durante o verão. O diretor do Departamento de Gestão de Riscos Rurais da SAA, Régis Belém, ressalta ainda que a falta de chuva está ocorrendo de maneira localizada e pontual, o que confirma a situação de normalidade.
Na última reunião do Fórum Permanente de Monitoramento de Tempo e Clima para a Agricultura no RS, realizada no dia 20 de dezembro passado, a SAA indicou os prognósticos climáticos para o período. Segundo as informações, neste verão não haverá a ocorrência do El Niño e do La Niña, fenômenos que, no RS, são responsáveis pelas cheias e estiagens.
Santa Catarina
As perdas nas lavouras em virtude das estiagem que ocorre no Estado de Santa Catarina, principalmente na região oeste, somam R$ 75 milhões. A estimativa foi divulgada ontem pelo secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Estado, Odacir Zonta.
O levantamento foi realizado pelo Instituto Cepa e apresentado em reunião com técnicos da secretaria, no final da tarde de ontem. De acordo com este levantamento, a seca provocou a perda de 322 mil toneladas, sendo 300 mil de milho (8% do total) e 22 mil de feijão (15% no total). A situação mais grave é no oeste onde as perdas no feijão chegam a 37%.
Zonta explicou que as perdas na lavoura de soja ainda não puderam ser computadas. O mesmo acontece com o leite. No oeste, os prejuízos na produção de leite são estimados em 20%, segundo o gerente regional da Epagri de Chapecó, Celso Dal Piva. No fumo a estimativa é de 15 a 20%.
O presidente da Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), Mário Lanznaster, estima que a quebra no milho no oeste atinja 10% a 15%, e, no feijão, 40%. Em Chapecó, o diretor técnico do Departamento de Agricultura, Ernesto Martinez, estima perdas de 40% a 50% no feijão, 30% no leite e hortaliças e 20% no fumo e leite.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) destinou 15 máquinas (retroescavadeiras e tratores de esteira) para trabalharem no oeste na abertura de fontes e reservatórios. Segundo o secretário Odacir Zonta, o objetivo é garantir o abastecimento das comunidades do interior e das criações de suínos, aves e bovinos.
O gerente regional da Epagri de Chapecó, Celso Dal Piva, disse que entrou em contato com 27 municípios do oeste e todos estavam transportando água para abastecer as criações em carros-pipa e distribuidores de esterco desinfectados.
Fonte: Correio do Povo/ RS, Diário Popular/ RS, Diário Catarinense/ SC (por Darci Debona) e Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, adaptado por Equipe BeefPoint