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Estiagem reflete no mercado pecuário do RS

Em menos de 15 dias o quilo vivo do boi gordo caiu de R$ 1,70, em média, para até R$ 1,30. É mais um dos efeitos da prolongada estiagem que atinge o Rio Grande do Sul. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto de Souza, aponta a escassez de pasto nativo e o aumento na oferta de carne no mercado como fatores da queda. “Isso estimula o pecuarista a abater para aliviar a invernada e a redução no ganho de peso”.

Na avaliação do veterinário da Gerência de Planejamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), Felix Contreiras Rodrigues, o incremento de 66% na área de soja da Metade Sul desde 2002, ocupou 337 mil hectares de campos, que tinham capacidade média de suporte para 275 mil bovinos de corte adultos. Ele lembra que o alimento escasso desacelera o ganho de peso e aumenta a pressão de venda. Com isso, o produtor perde com a venda de animais mais leves e no preço do quilo vivo, porque a oferta é maior do que a procura.

A lentidão das vendas também pressiona os preços para baixo. Em algumas regiões, a comercialização para abate deve ser programada com até 30 dias de antecedência. Rodrigues revela que a estiagem também deve ter afetado o período de monta. “Diminui o cio, a fecundação e, em conseqüência, o nascimento de terneiros”.

O presidente do Sindicato Rural de São Miguel das Missões, João Luiz Dutra, projeta “pelo menos 30% de baixa em 2004”. A região é uma das que mais sofrem com a retenção do mercado. Segundo o secretário da Agricultura local, Odalgino Munareto, o boi magro já custou R$ 1,50 o quilo. Hoje não passa de R$ 1,15. O boi gordo, por sua vez, caiu de R$ 1,70 para cerca de R$ 1,30.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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