Fechamento 12:09 – 06/03/02
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8 de março de 2002

Estruturas para armazenamento de silagens – Parte 2/2

Silo “bunker”

Parecido com o tipo trincheira, porém construído em áreas planas, com paredes de madeira ou alvenaria, escorados por palanques ou vigas inclinadas, recebendo no processo de ensilagem os mesmos procedimentos quanto ao fechamento com lona e terra que os anteriores (Figura 3). Tem um custo mais elevado quando comparado aos de superfície. Em comparação ao tipo trincheira, se as paredes forem construídas em alvenaria, provavelmente terão um maior custo por tonelada estocada, porém, existem alternativas mais baratas, entretanto com menor durabilidade. Pode apresentar duas saídas, sendo simultaneamente descarregado por um lado e carregado por outro. As dimensões são muito variáveis, porém não devem possuir largura inferior a 3 a 4 m (duas vezes a largura da bitola dos tratores disponíveis). É largamente utilizado para ensilagem de grandes volumes, sendo comum em diversas regiões mais planas dos Estados Unidos.

Silo poço ou cisterna

São silos com formato similares aos poços d’água, obrigatoriamente revestidos em alvenaria (Figura 4). Devem apresentar uma drenagem inferior adequada, normalmente realizada com um dreno ligado a uma caixa intermediária com fundo permeável para drenagem do efluente no solo. São excelentes do ponto de vista da fermentação, já que permitem que o ar quente suba rapidamente, criando uma situação interna de anaerobiose mais rápida, mesmo em situações sem intensa compactação. Essa última é normalmente feita manualmente, já que é impossível de ser feita mecanicamente. Profundidade e largura destes silos são variáveis em função da profundidade do lençol freático. São silos de construção difícil e onerosa, não servindo para grandes volumes. Tanto o enchimento quanto a desensilagem são mais complicados (difícil e lenta). Dependendo da largura do silo, o descarregamento só é realizado manualmente com roldanas e balaios. Silos mais largos podem ser desensilados com esteiras rolantes. Também estão em desuso. São excelentes silos experimentais.

Silo aéreo

Normalmente são construídos em estrutura metálica na forma de torre, com sistema de roscas para carregamento pela parte superior e descarregamento pela parte inferior (Figura 5). Também usualmente possuem sistema de exaustão de ar, já que não é possível executar uma compactação do material. É um silo de alto custo, sendo raramente encontrado em nosso meio, porém propicia boa fermentação do material ensilado. É mais comum encontrar esse tipo de silo para armazenamento de grãos ou outro tipo de ingrediente concentrado.

Existe uma variação mista de silo poço e aéreo, em alvenaria, construído ao lado de um barranco elevado, denominado de silo de encosta, tendo o aspecto de uma torre encostada no barranco e com possibilidade de aumento de volume com uma parte subterrânea, como um silo poço. É carregado por cima e descarregado por baixo do barranco (Figura 6).

Silo tubo (Tipo salsicha)

Sem dúvida, o mais avançado em tecnologia, muito conhecido e utilizado nos Estados Unidos, Canadá e Europa, bem como na Argentina e que vem sendo utilizado no Brasil recentemente, mais especificamente para grãos úmidos. É um processo que consiste no embutimento da silagem em um tubo de plástico flexível, com diâmetro de 1,5 a 3,0 metros e até 60 – 80 metros de comprimento, feito por uma máquina apropriada, com capacidade de ensilar entre 1,3 a 2,5 toneladas por metro linear, ou seja, entre 70 e 220 toneladas por tubo (Figura 7). As vantagens do sistema são muitas. Em primeiro lugar, pela qualidade da silagem, já que o tubo plástico não permite a entrada de ar ou umidade, contribuindo para a fermentação anaeróbia perfeita e uniforme do material ensilado, produzindo um produto de alto valor nutritivo e praticamente eliminando as perdas, tão freqüentes em outros sistemas. Outra vantagem decorrente é a possibilidade de ensilar outros materiais, aproveitando a disponibilidade de cada região, especialmente, no que se refere a preço e ocasião, principalmente grãos úmidos de milho ou sorgo. O seu custo ainda é o maior fator limitante.

Comentário BeefPoint: conforme comentários no primeiro artigo, o silo mais recomendado, tanto em termos de custo quanto eficiência do processo fermentativo, ensilagem e desensilagem, é o tipo trincheira. No entanto, tanto o bunker quanto o tipo superfície são alternativas comuns e interessantes. A umidade do material ensilado, o tamanho das partículas e a eficiência da compactação são variáveis importantes na decisão sobre o tipo de silo. Silos sem paredes laterais (superfície) ou com paredes reduzidas (bunker) precisam ser ensilados com material forrageiro muito bem picado e com umidade um pouco elevada (70-75%) para compensar a dificuldade de compactação. O que precisa ser evitado é o armazenamento de material com matéria seca elevada e mal picado em silos tipo superfície. O tipo tubo (silo-press) é muito eficiente tecnicamente, porém os custos da lona plástica e do equipamento para enchimento são altos. Permite a distribuição dos silos (tubos) diretamente nos piquetes ou potreiros e estábulos onde serão consumidos, podendo reduzir custos de transporte da silagem na época de consumo. Por sua facilidade de transporte ou locomoção, o equipamento pode ser utilizado em várias propriedades de uma região ou até na terceirização de serviços de ensilagem.

Fonte: NUSSIO, L. G; PENATI, M. A; DEMARCHI, J. J. A de A. Guia para produção de silagem. Uberlândia, MG, Sementes AGROCERES, 1999. 49 p. – GOMEZ, J. C. A. Revolução Forrageira. Livraria e Editora Agropecuária,
Guaíba, 1998. 96 p.

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