Os principais exportadores de carne bovina do mundo, incluindo Austrália, Estados Unidos e Brasil, sofrem grandes perdas devido aos subsídios destinados aos produtores da União Européia, Japão e Coréia do Sul, de acordo com um estudo divulgado no último domingo.
Segundo o estudo, os produtores de carne bovina da Austrália ganhariam uma quantia extra de A$ 220 milhões (US$ 122,04 milhões) por ano se os subsídios no Japão e na Coréia do Sul fossem eliminados. Além disso, o estudo mostrou que os exportadores da Austrália e dos EUA seriam grandemente beneficiados com a remoção dos subsídios existentes nos mercados do Japão e da Coréia do Sul – principais mercados.
O estudo indica que, no caso dos países da América do Sul, o maior benefício viria da eliminação dos subsídios de exportação e da redução dos subsídios de produção doméstica da UE.
O estudo foi realizado pelo Grupo das Cinco Nações Produtoras de Carne Bovina após uma reunião ocorrida entre os líderes do setor rural das nações exportadoras agrícolas do Grupo de Cairns, a fim de fornecer “fortes evidências” para seu estímulo à liberação comercial durante as atuais negociações da ronda de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Grupo das Cinco Nações Produtoras de Carne Bovina une alguns dos principais exportadores deste produto do mundo – Austrália, EUA, Canadá, Nova Zelândia e México.
O estudo mostrou que, entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), a carne bovina é um dos produtos mais protegidos entre as indústrias agrícolas. A UE, o Japão e a Coréia do Sul são responsáveis por 87% do total de subsídios fornecidos aos produtores de carne bovina, segundo o estudo.
O suporte ao preço de mercado é a principal forma de apoio aos produtores de carne bovina, sendo responsável na UE por cerca de 60% do total de auxílio governamental. A UE também fornece subsídios à exportação.
Os preços de suporte para a indústria na UE são tão significativos que os produtores de carne recebem a maioria de suas receitas brutas através dos programas de governo e não pelo valor da carne bovina no mercado internacional.
Os produtores de carne do Brasil, da Argentina e do Uruguai também receberiam um aumento nos lucros com a eliminação dos subsídios de produção e exportação da UE, segundo o estudo. No caso do Brasil, os produtores obteriam um ganho de US$ 320 milhões com a eliminação dos subsídios à exportação da UE e mais de US$ 250 milhões pela eliminação dos subsídios no mercado doméstico da UE.
O Grupo de Cairns quer aumentar o acesso a mercados e reduzir os subsídios de produção e exportação. O grupo foi formado em 1986 e compreende 17 países exportadores agrícolas – Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Paraguai, Filipinas, África do Sul, Tailândia e Uruguai.
Em 22/10/02
A$ 1 = US$ 0,55474
A$ 1,80265 = US$ 1
(Fonte: Oanda.com)
Fonte: Dow Jones Newswires (por Ray Brindal)