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Estudo mostra que produtor ganha menos

Ao contrário do setor de exportações, que estão em fase ascendente, o pecuarista acumula perda de renda em 2003. Pesquisa realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) indica que, nos últimos sete meses, os preços dos insumos necessários para a produção da pecuária de corte subiram mais do que a inflação e do que o preço do boi gordo.

Os Custos Operacionais Efetivos (COE) da pecuária de corte apresentaram alta de 4,56% entre março e setembro, enquanto o preço pago pelos animais aos pecuaristas subiu apenas 1,85%. Nesse período, a variação do IGP-M foi de 2,33%.

O estudo considerou as operações realizadas em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo, que concentram 60% do rebanho bovino do país. Há um cenário mais favorável para o setor quando analisados somente os dados de setembro, destacou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. “No mês passado, houve alta de 0,22% nos COE e de 1,85% no preço pago pelo boi gordo. O melhor resultado de setembro, porém, foi insuficiente para recuperar as perdas dos produtores acumuladas anteriormente”, considerou.

De março a setembro, a maior parte dos insumos da pecuária apresentou elevação de preços, como adubos em geral (alta de 3,84%), calcário (1,48%), vacinas (11,11%), medicamentos em geral (5,49%) e mão-de-obra (20%). As exceções foram diesel em áreas rurais (-4,73%), sementes forrageiras (-9,76%), suplementação mineral (-0,12%) e insumos para reprodução animal (-0,53%).

No mês passado, as elevações de preços atingiram principalmente a área de insumos agrícolas, devido ao preparo do cultivo da safra 2003/2004 pelos produtores. O valor médio cobrado pelo calcário, por exemplo, foi 2,68% maior em setembro do que em agosto, demonstrou a pesquisa. A maior variação de preços em setembro – 0,81% – aconteceu em Mato Grosso do Sul.

O arame farpado, importante item para a manutenção das propriedades pecuárias, apresentou elevações sucessivas desde janeiro. Nos nove primeiros meses do ano, o preço do rolo com 400 metros subiu 23,5%. O valor da arroba do boi, entretanto, cresceu apenas 3,51% em São Paulo entre janeiro e setembro de 2003.

A pesquisa mostrou que o pecuarista paulista precisava de 1,52 arroba para comprar um rolo de arame, em setembro de 2002 e, em igual mês deste ano, de 1,72 arroba. Na prática, essa diferença representa uma queda de 13,15% no poder de compra do pecuarista.

Fonte: Departamento de Comunicação da CNA, adaptado por Equipe BeefPoint

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