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Estudo revela quem ganha o quê, na cadeia da carne

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande/MS, Gelson Feijó, a cada quatro animais abatidos, um representa lucro líquido para o frigorífico devido ao completo aproveitamento dos sub-produtos pelos os quais o produtor não recebe nada. "Se a indústria dependesse somente da venda da carcaça, teria prejuízos, pois entre o que ela paga e o que vende aos varejistas, perde pelo menos 2%", afirmou Feijó, que comprova esta afirmação apresentando dados de um frigorífico que paga R$ 936,00 por uma carcaça e a vende a R$ 906,00 ao varejo.

O aproveitamento de praticamente 100% do boi pelos frigoríficos que acabam remunerando os produtores apenas com o valor referente à carcaça foi o tema central da discussão que aconteceu durante a 7ª edição do Café da Manhã com a Imprensa, realizada pelo Sindicato Rural de Campo Grande, na sexta-feira (26).

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande/MS, Gelson Feijó “se a indústria dependesse somente da venda da carcaça, teria prejuízos, pois entre o que ela paga e o que vende aos varejistas, perde pelo menos 2%”. Esta afirmação pode ser comprvada com dados de um frigorífico que paga R$ 936,00 por uma carcaça e a vende a R$ 906,00 ao varejo.

“Desta forma fica evidente que é com os sub-produtos do boi que as indústrias conseguem obter lucratividade, que por sua vez vai depender da eficiência da própria indústria na exploração e busca por clientes para esses sub-produtos”, esclareceu.

Segundo ele, os estudos demonstraram que em toda a cadeia produtiva, quem fica com a maior parte do lucro é o mercado varejista. “Eles pagam, em média, R$ 4,00 reais o quilo de carcaça, e vendem a R$ 14,00 o quilo do filé, e de R$ 14,00 a R$ 20,00 o quilo da picanha”, revelou o pesquisador.

Segundo o presidente do SRCG, José Lemos Monteiro, o pagamento apenas da carcaça só ocorre no Brasil. “Em todo o mundo o produtor é remunerado pelo quilo vivo do boi. Apenas aqui somos pagos pela carcaça, sendo que produzimos o sebo que vira sabonete, biocombustível; o couro que se transforma em calçados e muito mais”, destacou.

De acordo com ele, o equivalente a 40 quilos, equivale ao couro. “Este couro é exportado para vários países, rendendo mais de US$ 2 bilhões ao ano, mas nada é repassado ao criador”, destacou o presidente do sindicato.

Além disso, há as pedras da vesícula biliar do animal, que depois de processadas são utilizadas para estimular ostras a produzirem pérolas. ” Isso também é vendido a preço de ouro, mas não vemos a cor do dinheiro”, ressaltou o produtor e leiloeiro rural, Tonhão. As informações são da Famasul.

0 Comments

  1. Jose Sergio Garcia disse:

    Tadinho dos frigoríficos, ganham só com o sub – produto a carne eles levam prejuízos.

  2. Helcio Antonio Nalesso Junior disse:

    Todo seguimento tem suas dificuldades, gostaria que quem fala que deveria receber pelo couro,pelo sebo, pelo calculo biliar, deveria ou investir no ramo frigorifico, ou se aliar ao frigorifico no risco de se vender a carne e ter liquidez, a carne hoje é o maior problema do frigorifico.

  3. Marco Antonio Cunha disse:

    Comprem um frigorifico e desmontem um boi, quem paga o frete para buscar na fazenda? E depois tem que juntar todos os pedaços para o resultado final.

    Mas como Jesus falou, perdoai aqueles que não sabem o que falam.

  4. Renato Ciampi Moreira disse:

    Acredito que os números referentes aos investimentos que os frigoríficos estão fazendo em suas instalações dizem tudo. A todo momento tomamos ciência de investimentos pesados, de centenas de milhões de reais. É evidente que o “negócio” anda muito bom para o setor.

    Perdi a conta das vezes em que solicitei aos frigoríficos do Pará um prêmio pela qualidade do couro. No mínimo, um incentivo ao produtor. Por exemplo, o uso de cercas de arame liso, a maração das rezes na face etc. Nenhum deles se manifestou favoravelmente. Alegam que não conseguem separar os couros de melhor qualidade. Dá para acreditar?

    Ainda não vi nenhum frigorífico da região, Castanhal e Marabá, pagar algum prêmio pelo acabamento de carcaça. Acredito que uma parceria no sentido de premiar os bons produtos seria lucrativo para ambas as partes.

    Abraços
    Renato Ciampi Moreira