Síntese Agropecuária BM&F – 06/02/03
6 de fevereiro de 2003Fórum pede negociação mais agressiva
10 de fevereiro de 2003Eu amo o Nelore
Por José Franklin Véras Viégas1
Embora criador de Guzerá e Limousin, sou defensor dos inúmeros predicados do Nelore. Aliás, tenho conversado com o José Augusto, meu genro e sócio, sobre a possibilidade de virmos a criar também o Nelore. Seria um tricross para frigorífico nenhum colocar defeito.
Falando em defeito vou, de passagem, escrever um pouco sobre “Como colocar defeito no gado dos outros”. Este cacoete é pouco polido e nada educado. Não é raro lermos ou ouvirmos pessoas criticando o negócio, a preferência e “a paixão alheia”.
É fácil fazê-lo. Basta falar por falar ou escrever por escrever: “boi bom é o meu. O seu boi não é rústico. O meu é. O seu boi não tem conformação frigorífica, o meu tem. Críticas sem nenhum embasamento científico. Um besteirol do começo ao fim.
A pecuária deste país está imersa em gravíssimos problemas-macro! Vamos enumerar alguns:
– Falta de recursos financeiros para capital de giro e investimento;
– Existência de focos e áreas sujeitas à febre aftosa;
– Baixíssima taxa de fertilidade em decorrência de 4 fatores básicos: touro errado, manejo incorreto, brucelose avassaladora e manutenção nas fazendas de fêmeas inférteis ou subférteis;
– Exacerbado protecionismo da Europa e América com a carne bovina brasileira;
– Mecanismos de comercialização aquém do necessário;
– Escoamento de produtos efetuado em padrões abaixo do mínimo aceitável;
– Campanhas inidôneas que proclamam ser a carne vermelha nociva ao ser humano;
– Estado emocional de confronto no que tange a posse da terra, entre os que tem e alguns que dizem procurar estender este direito de propriedade aos que não tem.
Portanto, nesta hora, quem fala mal do maravilhoso Nelore se manifesta sobre o que não sabe. Nesta hora, falar mal do maravilhoso Taurino é, no mínimo, demonstrar não conhecer a pecuária do Brasil; os seus bravos pecuaristas; e a generosa manifestação da genética ao cruzarmos o Indicus com o Taurus. Os zootecnistas a chamam de heterose, e nós, peões destas imensas paragens, chamamos de cruzamento industrial.
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1José Franklin Véras Viégas é presidente da Associação Paulista dos Criadores de Limousin
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Parabéns ao companheiro Franklin Viégas, pela seriedade em que trata da contribuição do sangue europeu no nosso mercado, reconhecendo como poucos criadores de gado europeu, a grande riqueza nacional do ouro branco chamado Nelore.
Bravo! Dr. Jose Franklin V. Viégas!
Como nelorista não poderia deixar de cumprimentá-lo pelas sábias palavras.
E não poderia deixar de convidá-lo para conhecer nossa Fazenda Boa Vista, em Anhembi, SP, celeiro de grandes selecionadores de Nelore no Brasil!
Grande abraço
Caro José Franklin, concordo com todas sua palavras, vale lembrar à todos os pecuaristas e associações que o nosso grande concorrente é o frango e não esta ou aquela determinada raça.
Temos que nos empenhar em fazer campanhas mostrando todos os beneficios da carne bovina e mostrar a realidade da carne de frango que utiliza promotores de crescimento, antibióticos enfim tudo que é proibido na pecuária, o frango usa e ninguém contesta.