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1 de julho de 2009

Eu, meu gato, bezerro e cachorro na Amazônia

Fiquei durante um bom tempo assistindo o jogo da incompreensão e incompetência que está sendo jogado pelos times de Códigos Florestais e das Medidas Provisórias nos estádios do Congresso Nacional em Brasília, onde infelizmente mais uma vez fomos incapazes de apresentar uma visão holística e convincente sobre como devemos desenvolver com responsabilidade, criatividade e bom senso um projeto que é viável e, por ser isto mesmo, vai poder esvaziar por mérito e naturalmente o movimento das milhares de pessoas ONGs, bio-piratas, traficantes de drogas e armas e agitadores que estão fazendo barulho na jóia da coroa brasileira que é o Bioma da Amazônia.

Fiquei durante um bom tempo assistindo o jogo da incompreensão e incompetência que está sendo jogado pelos times de Códigos Florestais e das Medidas Provisórias nos estádios do Congresso Nacional em Brasília, onde infelizmente mais uma vez fomos incapazes de apresentar uma visão holística e convincente sobre como devemos desenvolver com responsabilidade, criatividade e bom senso um projeto que é viável e, por ser isto mesmo, vai poder esvaziar por mérito e naturalmente o movimento das milhares de pessoas ONGs, bio-piratas, traficantes de drogas e armas e agitadores que estão fazendo barulho na jóia da coroa brasileira que é o Bioma da Amazônia.

Só ouço falar do ministro Carlos Minc que, pelo jeito, até agora não encontrou o seu contrapeso nem no governo e nem no Congresso e nem na sociedade rural onde a grande maioria só sabe falar mal dele e das ONGs, mas não apresenta soluções e fica presa na retórica do passado e ignora por completo que temos sim senhor, grandes responsabilidades perante a sociedade brasileira e mundial em ter uma gestão competente e responsável no processo irreversível de desenvolvimento sustentável da Amazônia e também porque caso não assumirmos isto vamos sofrer penalidades comerciais.

A meu ver, a MP 458 de 10 de fevereiro de 2009 deve ser revista porque não oferece soluções, mas sim cria um pântano cheio de problemas e injustiças com os bandeirantes que já estão vivendo e trabalhando na Amazônia.

Discordo frontalmente com a filosofia social-econômica que está na base das medidas que vão ser implantadas, porque deixam os produtores médios e grandes totalmente a margem da justiça fundiária e dos direitos adquiridos como, por exemplo, o uso capião, além de discriminá-los ao ponto de quase impossibilitar a agropecuária empresarial.

É necessário lembrar que a experiência mostra que os assentamentos geralmente se situam de fato entre os maiores pecadores em termos ambientais e o modelo visível nas disposições gerais da MP pode ser o começo de uma devastação na Amazônia sem precedentes e um convite à miséria para quem acha que pode viver sem dinheiro e infra-estrutura literalmente só com um gato, bezerro e cachorro.

É muito preocupante que mesmo sabendo da carência que a grande maioria dos assentamentos ainda tem, em termos de condições de dignidade básica e humana, por falta de conhecimento e infra-estrutura se embarca agora numa outra aventura pondo em risco o bem estar do bioma Amazônico brasileiro.

Proponho um Workshop para desenvolver um plano diretor para a ocupação e desenvolvimento sustentável do bioma Amazônico, incluindo o conhecimento que está disponível nas Forças Armadas, na Embrapa, nas Universidades, nas Empresas e nas Cooperativas e obviamente também entre os moradores da região junto com o governo federal, estadual e municipal como também organizações legítimas de classe incluindo a OAB.

Reconhecer um erro é um sinal de força e aumenta a determinação de acertar em seguida com a ajuda e apoio indispensável da sociedade brasileira.

Vamos virar este jogo!

0 Comments

  1. Helio Cabral Junior disse:

    Caro Sr. Louis,

    Respeito seus pontos de vista, mas faço algumas indagações que muito me inquietam:

    Sendo do velho continente, o sr. sabe melhor que nós o nível de preservação de florestas nativas por lá ainda existentes, portanto não me darei ao trabalho de me extender neste quesito.

    Outra coisa é quando se fala em nível de responsabilidade e conscientização do produtor brasileiro, como se o grosso da exploração extrativista e predatória ambiental não se desse por incentivo quando não imposição dos governos e/ou orgãos e estatais ligados à ele e como se toda a sociedade não usufruisse de uma forma ou de outra desta predação, quer seja de forma direta ou indireta ( na forma de bens de consumo, insumos energéticos, preços mais baixos de alimentos, etc. ).

    Outra coisa que muito me intriga é quando afirmam que é responsabilidade do produtor rural preservar VEGETAÇÕES nativas ( e por consequencia a biodiversidade como um todo ) por serem de interesse da sociedade como um todo; se na França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, EUA, etc se chegasse e se dissesse a proprietários privados de terras que eles não poderiam utilizar de 20 a 90% de suas terras de forma legitimamente adquiridas, os governos cairiam no dia seguinte!

    Se o governo e a sociedade acham de suma importância ( como o é ) preservar VEGETAÇÕES e ambientes naturais nativos, que o façam como é feito nos paises civilizados de primeiro mundo ( frase comumente utilizada quando se referem a práticas e/ou costumes mais evoluídos ou “politicamente corretos” ), com estes governos utilizando terras públicas e/ou desapropriando e indenizando ( em espécie ) proprietários privados, criando e mantendo parques e reservas nacionais, estaduais, municipais e outros que os equivalham, às expensas da sociedade como um todo e não fazendo isso à expensas do prorietário rural privado; fazer caridade com o chapéu alheio é muito fácil!

    E para finalizar, e gostaria aqui de deixar bem claro que de forma alguma faço referência direta ao sr., mas cansei de ouvir cobranças de sociedades, governos, orgãos, entidades, ONGs e outros que táis europeus e americanos que historicamente além de predar e destruir seus próprios recursos naturais, ainda o fizeram de forma selvagem nos paises do “terceiro mundo”, mais propriamente do hemisfério sul do globo, numa clara “transferência” de riquezas e recursos naturais em favor próprio, e agora veem posar de “bons moços” e paladinos do meio ambiente!? É muita hipocrisia!

    E só como um dado adicional, apenas para corroborar as afirmações que fiz: se cada habitante do planeta tivesse o mesmo nível de consumo da população francesa por exemplo, seriam necessários 5 planetas Terra para atender as necessidades desta população!

    Cordialmente,

    Helio Cabral Jr

  2. Jose Heli Dias Pereira disse:

    Não sou do Norte mas tenho alguma ligação lá.
    Parabens pelo artigo. Acho que é por ai. Parece que Cada um quer ser mais forte do que o outro e não aceita perder mesmo estando errado. E outros tem medo de se definir.
    Só resolveremos NOSSOS problemas de meio ambiente se conseguirmos um consenso geral

  3. NICANOR JESUINO JÚNIOR. disse:

    certa vez li – SOMENTE OS INSENSATOS NÃO SABEM VOLTAR ATRAS.

  4. walterlan rodrigues disse:

    Meu amigo Louis Pascal (permita-me assim tratá-lo) sobre o que você escreveu concordo em gênero. número e grau, só lamento é que aqueles que ocupam posição importante na tomada de decisões sobre o tema em debate se julguem donos da verdade e não descam do pedestal em que se encontram e permitam que uma proposta como a sua seja implementada.

    Talvez o título usado por você neste artigo chame a atenção, pois afinal o que tem o gato, o bezerro, o cachorro, as galinhas, os pintinhos, os porquinhos a ver com a Amazonia? Sou seu fã, com o devido reseito.

  5. jose carlos santana cavenague disse:

    Meu caro amigo

    Posso tratá-lo assim porque realmente desde as leguminosas nas fazendas da Anglo ( CFM ), somos amigos; saudades de você, mas concordo com as declaraçoes Hélio Cabral Jr.

    Europeus e americanos devastaram tudo, continuam poluindo assustadoramente, e nós subdesenvolvidos vamos ter que pagar o pato?

    Se nós vamos ter que reflorestar o que foi desmatado além do limite imposto, porque eles nao tem o mesmo procedimento. Seria muito mais justo cada pais ter sua APP, Reserva Legal, nao seria?

    É mas eles teriam reduçao da area produtiva e nós nao temos também?

    Tudo bem, resolvi ter uma RL para um Holandes ou qualquer outro, entao que venham aqui e vamos combinar o pagamento de R$ 1000,00 por Ha/ano (que é mais ou menos o valor do subsidio que eles recebem do governo).

    É caro amigo, eles continuam como dantes, nos tratando como servis.

  6. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Helio Cabral Junior,

    Muito obrigado pela sua carta que descreve claramente as coisas que inquietam voceê e, creio eu, muito mais gente também.

    Estou muito contente que meu artigo pode de fato ajudar discussões onde os desabafos e manifestações de frustrações e protestos são bem vindos porque fazem necessariamente parte de uma operação que podemos chamar de limpeza do terreno e demarcação de posição ou em português claro: mostrar onde o calo está doendo.

    Um comentário geral seria que eu não penso que os erros cometidos no passado devem ser repetidos e nem ser usados para justificar um grito de hipocrisia no presente.

    Cada povo em cada continente tem histórias de glórias e horrores a contar, mas hoje começamos a entender que além do mundo globalizado, onde dependemos muito mais um do outro do que no passado, também a Natureza age de forma globalizada e isto, no meu ver, aumenta e muito a nossa responsabilidade em segurar condições de sobrevivencia para nos, humanos, em nosso planeta.

    Apartir daí devemos discutir o que fazer e quem vai pagar a conta!

    Um abraço,
    Louis.

  7. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado José Heli Dias Pereira,

    Muito obrigado pela a sua carta que contem uma palavra chave neste negoócio que é o consenso.

    Enquanto nós estamos medindo os resultados em vencedores e perdedores nunca teremos o consenso.
    Enquanto separamos os ruralistas dos ambientalistas nunca teremos o consenso.

    Somente teremos consenso após de ter ouvido, pensado e trabalhado para um bem maior que ultrapassa fronteiras ideologicas.

    Somente teremos o consenso usando o bom senso.
    Obrigado pelo apoio.

    Cordialmente,
    Louis.

  8. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado Nicanor Jesuino Júnior,

    Muito obrigado pela a citação e também entendo que os insensatos são desprovidos de bom senso em não saber voltar atrás quando necessario.

    Também gosto da frase e ação do reagrupamento que providencia tempo para reflecção e reconsideração.

    Cordialmente,
    Louis

  9. Louis Pascal de Geer disse:

    Ola Walterlan Rodrigues, meu amigo,

    Muito obrigado pela a sua carta e apoio e concordo com você que o poder é um animal muito dificil de ser domado e excercido povo.

    Infelizmente a nossa capacidade de ouvir sem preconceitos o que está sendo falado e, o que é as vezes até mais importante. o que não está sendo falado parece diminuir na medida que temos mais poder.

    Aí temos que apitar e pedir para que voltem a realidade.

    Um abraço,
    Louis

  10. Paulo Westin Lemos disse:

    Opiniões como do Sr. Louis, com ampla experiência numa das grandes empresas agropecuárias do país como a CFM e até do Sr. Helio que mesmo sendo dentista (e talvez produtor também), tem uma visão crítica bastante interessante deste assunto, assim como muitos outros companheiros que enriquecem o debate. As vezes não concordamos totalmente mas quase sempre nos ajudam a rever algumas idéias, olhando por outros ângulos, com mentes abertas. Daí a sugestão do Sr. Louis para a realização Workshops sobre o tema, ou mesmo audiências públicas ser importante porque coleta na sociedade subsídios adicionais para dar suporte às nossas lideranças que se dedicam a isso. Felizmente temos muitas cabeças e idéias boas entre produtores, gente com muita experiência prática nesses ambientes e não podemos deixar de ficar atentos ao pensamento da sociedade. Quero, parabenizar o Beefpoint pelo espaço aberto à manifestação de opiniões as mais diversas e da forma mais democrática possível e acredito que tem contribuído para enriquecer o debate.

  11. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Você, seu gato, seu bezerro e seu cachorro serão sempre benvindos à Amazônia, nós que aqui vivemos e enfrentamos todos os tipos de vicissitudes temos “bom coração”, entretanto, não o aconselho a vir, aqui não é um bom lugar para curtir aposentadoria.

    Além do seu artigo, que muitos de nós lemos enquanto os nossos animais continuam ser comidos pelos animais selvagens, os mosquitos continuam a nos picar, as chuvas continuam a destroçar as nossas plantações, os membros do MST, FETRAF e outros continuam a invadir as nossas terras, o governo petista, as ONGS e o Ministério Público Federal continuam a nos perseguir, lemos também os comentários postados.

    Todos falam muito em erros do passado e sinto muito contestá-los, não houve erro no passado, quando houve a convocação para ocupar a região antes que ela fosse invadida, pelos outros países, nós nos alistamos, vencemos a guerra e hoje somos vencedores.

    Não quero cobrar dos que não se engajaram naquela luta, nem todos estão dispostos a esse tipo de sacrifício, o que cobro, aí sim, é que, pelo menos os que não vieram defender o nosso território arriscando as suas vidas, defendam agora de uma forma ou de outra.

    O grande erro do passado foi, tanto o governo quanto nós, não termos previsto um outro tipo de invasão, a mais insidiosa de todas, a invasão através das ideologias.

    Os Amazônidas que detém a posse de qualquer área de terra, seja por aquisição ou por mera posse, são proprietários de “boa fé” e a propriedade privada deve ser defendida, inclusive, da ação do Estado.

    É preciso que ninguém esqueça, no momento que é mudado o conceito básico de propriedade privada, baseado em qualquer argumento, todos ficam desprotegidos, inclusive, os senhores que aqui escrevem e é bom levar a sério, porquanto, se há quarenta anos alguém nos contassem o que está acontecendo hoje não acreditaríamos, consideraríamos um absurdo fruto de “teoria da conspiração”.

    Hoje, nós estamos mais desprotegidos que os povos indígenas e temos tanto direito à vida, às terras e ao fruto do nosso trabalho quanto eles.

    Está, insidiosamente, sendo elaborado o novo “Tratado de Tordesilhas”, preparem-se para perder a Amazônia.

    Naturalmente os senhores não irão acreditar nisso, é uma idéia absurda fruto da “teoria da conspiração.

  12. Francisco Machado Neves disse:

    Completamente de acordo com o artigo de Louis Pascal de Geer, gostaria de salientar que quando as ONGs ambientalistas e o Sr. ministro do meio ambiente lutam a favor de simplesmente reflorestar as áreas cujos desmatamentos ultrapassaram os 20% permitidos por lei, preocupados romanticamente com as árvores e os numerosos bichos que tiveram seu habitat alterado, devem estar esquecendo dos não menos numerosos “bichos racionais” que habitam as numerosas cidades da região norte e que sobrevivem de renda e riquezas basicamente oriundas do setor primário, geradas pelo trabalho do homem do campo que colonizou tais áreas.

    É preciso, como sugere o autor, que os lados se organizem e se desarmem para o diálogo, e estejam dispostos a enchergar o que está muito visível.

  13. Fernando Penteado Cardoso disse:

    Você está certo Louis. Temos que respeitar direitos adquiridos resultantes das vendas de glebas pelos estados nas décadas de 1930 e 40. Sugiro recordar essas leis, os títulos legítimos e seus efeitos. Nem sempre se trata de usucapião, mas de domínios decorrentes de poderes inquestionáveis dos Estados lotearem e venderem áreas de mata e cerrado quando tinham direito de assim agirem.

    Agora está na moda esquecer tudo isso e acusar sem fundamento que os empresários são grileiros e devastadores, em que pese estarem produzindo grãos e carne aos milhões para grandeza de nosso país. Está na moda também a caçada de manchetes sensacionalistas na busca de notoriedade e vantagem política.

    Cordial abraço.

  14. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro amigo José Carlos Santana Cavenaque,

    Muito obrigado pela a sua carta onde você se identifica com a linha de pensamento do Helio Cabral Jr, sobre qual já comentei.

    Estou observando que até agora ninguém mencionou o desmatamento e poluição que ocorreu e ainda está ocorrendo a todo vapor na Rússia, China, Malasia e Indonesia além de outros paises.

    Imagine quando o Presidente Lula se na sua recente viagem para China, pelo jeito com o objetivo principal de pedir ajuda financeira no projeto brasileiro de exploração de petróleo pré-sal, já tinha tido em mãos um plano diretor de como o Brasil poderia negociar e administrar créditos ambientais como seriam diferentes as condições destas negociações.

    Num lado a China com grandes problemas de desmatamentos, falta de água potável e um clima cada vez mais agressivo, uma população enorme que precisa de alimentos e energia em mega escalas para poder sobreviver.

    No outro lado o Brasil com um patrimonio imenso de uma verdadeira gama de recursos naturais que incui florestas e reflorestamento, que eu considere como investimentos no patrimonio, uma agropecuária e indástria vibrante que pode mais que dobrar a sua produção sem derrubar mais uma árvore.

    No fim, meu amigo, quero me referir também a um artigo da minha autoria publicado na coluna espaço aberto do BeefPoint, e disponivel na pagina 010, em 08/03/2007 com o titulo ” Aquecimento Global, Desertificação e o Mapa da Pobreza – As florestas tropicais – Amazônia.

    Um abraço,
    Louis.

  15. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Paulo Westin Lemos,

    Muito obrigado pela a sua carta e apoio.

    Como você falou, é muito importante ficar com as mentes abertas e para mim isto significa poder ler, ouvir, pensar e falar sem preconceitos, sem prejulgamentos.

    Juntos podemos quase tudo neste país maravilhoso que está na véspera de se tornar uma verdadeira potência mundial.

    Parabéns pela carta que sintoniza muito bem com a proposta do artigo que você comentou.

    Parabenizo junto com você o BeefPoint que cada dia mais se torna uma referência importante na midia porque sabe trabalhar de maniera democrática e isento de preconceitos.

    Um abraço,
    Louis

  16. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Estou remetendo ao BeefPoint, amanhã, um artigo da minha lavra inspirado por todos que aqui se manifestam, o título é “Lute pelas florestas – Queime um brasileiro!”

    Tenho certeza que você lembra desta frase, mas, vão abaixo algumas dicas do artigo:

    O professor Thomas Lovejoy, biólogo americano, disse em uma entrevista, há alguns anos:
    – (….) o problema real é este nacionalismo estúpido e os projetos de desenvolvimento aos quais ele leva. (…..) Os brasileiros – e eu sei disso de uma experiência de dezessete anos – pensam que podem desenvolver a Amazônia, que podem tornar-se uma superpotência. Vivem de peito estufado com isso. Portanto você tem que ser cuidadoso. Você pode ganhá-los com pouco. Deixe-os desenvolver a bauxita e outras coisas, mas reestruture os planos para reduzir a escala dos projetos de desenvolvimento energético alegando razões ambientais.

    São 100.000 ONGS na Amazônia e as forças armadas brasileiras possuem um contingente de menos de 10.000 soldados.

    Graças a Deus não precisaremos de soldados, a invasão é de idéias, pelo que leio aqui todos já foram convencidos pelas idéias difundidas pela grande imprensa de que somos criminosos e precisamos ser detidos – ninguém levantará um dedo ou fará um protesto para nos defender quando ocorrer a internacionalização (de meia dúzia).

    Já assistimos isso durante a 2a. guerra com a criação do governo de Vichy na França, sob o comando do General Pétain – chama-se colaboracionismo.

    Volto a insistir, os Amazônidas não perderão nada, somente a nacionalidade de um país que não os ama e de um povo que os acusa de bandidos, quem perderá de fato será o Brasil reduzido aos territórios da época do “tratado de Tordesilhas.

    Desculpem se os magoei com a minha franqueza, entretanto, os senhores tem nos magoado, diariamente, com a vossa cegueira e credulidade.

    Quem diz que os brasileiros da Amazônia são devastadores das florestas mente descaradamente, vejamos o que diz o Doutor em Ecologia e chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda:

    – “Há 8 mil anos o Brasil possuía 9,8% das florestas mundiais. Hoje o país detém 28,3%.”

    Não há povo, neste planeta, que tenha preservado mais as florestas mundiais.

    Será que as minhas afirmativas são preconceituosas, fruto de uma “mania de perseguição” descabida?…Os palestinos jamais acreditaram na possibilidade da criação do Estado de Israel e tudo começou com algumas poucas fazendas.

    Caro Louis, achei fantástica a idéia do workshop, entretanto, o greenpeace já assumiu o trabalho e diz no seu site:

    “A proteção da floresta e a busca por soluções para o desenvolvimento da região é uma prioridade global do Greenpeace. Estamos trabalhando por um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia que combine responsabilidade social e proteção ambiental, permitindo a exploração dos recursos da floresta de maneira racional e assim garantindo qualidade de vida para os habitantes da região.”

  17. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Gil Marcos de Oliveira Reis,

    Muito obrigado pela sua carta que eu entendo como ser um alerta contra o perigo de se criar uma anarquia legal com fundamentos ideológicos a partir de mudanças no conceito de propriedade privada e que isto está deixando todo mundo que não se enquadra nestas condições sem proteção e apoio legal.

    Este foi exatamente a razão principal e foco do meu artigo que você está comentando na sua carta e que eu agora estou respondendo.

    Outro alerta seu chama a atenção para que isto pudesse abrir, ou até já abriu, portas indesejadas na questão da soberania nacional e aí você se lembra do Tratado de Tordesilhas, o qual foi compactuado em junho de 1494 por um esperto rei portugues (de acordo com o google).

    Estive no início dos anos setenta em Paragominas onde fiz o meu primeiro contato direto com a floresta amazonica.

    Em Belém fiquei impressionado pela vibração na cidade que era chamada como ser o São Paulo do Norte; sobrevoei a ilha de Marajó e, como holandes que sou, tive água na boca de ver um “polder” natural tão imenso.

    Senti a pujança e vontade de viver do povo tanto na cidade como no campo, vi universidades e institutos de pesquisas trabalhando e tinha a certeza que a região era abençoada e logo ia ser um centro enorme de desenvolvimento e conhecimento, mas tenho a impressão que algo deu errado, que faltou continuidade nos investimentos em infra-estrutura tanto material como humana e que o bem estar da sociedade foi colocado em segundo plano.

    Para evitar que isto aconteça de novo numa escala muito maior e com impactos globais é tão importante ouvir o que os formadores de opinião como você Gil estão pensando e dizendo.

    Parabéns pela coragem e um grande abraço,
    Louis.

  18. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado Francisco Machado Neves,

    Muito obrigado pelo a sua carta e apoio.

    Aproveitando o seu comentário sobre a obrigação de reflorestar as áreas que ficam abaixo dos 80% da área da fazenda, que é o mínimo corrente de reserva legal na Amazônia, quero usar este ponto para ilustrar o benefício de ter uma ampla discussão e Workshop sobre como trabalhar de maneira sustentável no bioma amazônico.

    Pelo que estou sentindo há possibilidade de um consenso em deixar 50% da área da fazenda em seu status natural, ou seja floresta, enquanto os 30% restantes podiam ser ocupados com reflorestamentos produtivos.

    Com o desenvolvimento dos biocombustíveis pode fazer sentido pensar em arbustos como o Dendê e outros nestas áreas, num programa de cooperativas de BioDiesel financiado pelo governo a longo prazo e com juros amissisimos.

    Em outras palavras vamos aproveitar e usar as oportunidades que quase sempre se apresentam quando temos problemas e crises para viver e resolver.

    Cordialmente,
    Louis;

  19. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Dr. Fernando Penteado Cardoso,

    Muito obrigado pela sua carta, apoio e comentários valiosos e espero que sejam recordadas as leis da época conforme a sua importante sugestão.

    É sempre bom ouvir o que o senhor pensa e tenho a certeza que a sua experiência direta e indireta no assunto de como explorar o bioma amazonico será bem vinda em qualquer hora e lugar.

    Fiquei feliz de ouvir a sua confirmação que considera justo e certo honrar compromissos assumidos, mesmo sendo no passado, por quem tinha na época o pleno direito de fazer isto.

    Um cordial abraço e saudações,
    Louis.

  20. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Tenho muito respeito não só pelo seu raciocínio, como também pela sua acurada percepção.

    Realmente, algo mudou, assumiu “o governo do povo”, com a “ascensão” do PT houve toda uma mudança ideológica, nós aqui sentimos como se tivéssemos batido contra um muro sem “air-bags”.

    O mais atingido foi o agro-negócio, entretanto, tenho a impressão que haverá uma mudança, o governo acaba de descobrir que entre as 110.000 fazendas de criação de gado, 90.000 possuem menos de 200 cabeças.

    O rebanho de 20.000.000 de cabeças, 5.000.000 menos que a Austrália, é fruto do esforço dos pequenos produtores.

  21. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Gil Marcos de Oliveira Reis,

    Muito obrigado pelas as suas duas cartas e me permite de responder estas juntos agora.

    Os jogos de numeros permitem comprovar qualquer tese e podem levar a ter serias consequencias quando se tira conclusões erradas sobre o que está sendo mostrado e o exemplo que voce deu é muito claro e preocupante.

    As unicas certezas que temos são que tem um total de 110.000 fazendas de criação de gado, dos quais 90.000 tem menos de 200 cabeças e, por dedução, 20.000 tem um minimo de 200 cabeças. Presume que o total rebanho dos 110.000 fazendas é 20.000.000 cabeças.

    Vamos assumir que os 90.000 fazendas tem em média 100 cabeças ( Eu acredito de ter na realidade só 35 cabeças e olha lá) então temos 9.000.000 cabeças que é um consideravel 45 % do total oriundos dos esforços dos pequenos produtores.
    Caso que use 35 cabeças o total de cabeças temos 3.150.000 cabeças ou 15,75% do total.

    Fique muito claro que de nenhuma maneira estou desprezando os pequenos produtores; eles não tem nada a ver com este assunto.

    Tenho admiração pelas familias que procuram viver no campo com dignidade e sempre aconselho eles de fazer parte de uma cooperativa para assim juntar as forças.

    O Workshop que estou propondo deve ser feito no Brasil, pelos brasileiros e pode até incluir a participação de ONGS como o Greenpeace e outros e estrangeiros que vivem e trabalho no país.

    A missão do Green Peace pode até ser muito nobre, mas sinto que há arrogancia e prepotencia porque trate o assunto de Amazonia como que fossa dela ou de quem representa.

    O workshop que estou propondo não é um ciclo de palestras mas um processo continua e virtual com a participação de todos sem discriminações e preconceitos que pode ajudar o Brasil a fazer o melhor possivel no desenvolvimento sustentavel da Amazonia e sem ferir ou invadir nemhum millimetro na soberania brasileira.

    Um grande abraço,

    Louis.