EUA: Adolescentes comem menos carne e preocupam produtores do país

A famosa dieta do Dr. Atkins – rica em proteínas – pode estar fazendo sucesso entre os adultos dos Estados Unidos, mas estes cardápios ricos em carnes aparentemente não estão atraindo a geração mais jovem do país. De acordo com um novo estudo, feito por pesquisadores do Teenage Research Unlimited, um em cada quadro adolescentes considera atualmente o vegetarianismo um estilo interessante de vida. O estudo indica que houve um aumento do vegetarianismo entre a população adolescente dos EUA, particularmente entre as meninas.

Enquanto alguns setores dos EUA estão satisfeitos com a notícia, outros – incluindo os produtores e comerciantes de carne bovina – estão bastante preocupados com esta tendência. Desta forma, sua meta é tomar medidas inovadoras para resgatar as jovens meninas vegetarianas.

Neste sentido, a Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (NCBA) está respondendo a este aumento de vegetarianos entre os adolescentes do país com o lançamento de um website – Cool 2B Real. O site, que parece uma mistura entre páginas das fãs de Barbies e dos anúncios da Taco Bell (que incluem tacos (comida mexicana) feitos de carne bovina e hambúrgueres gigantes), estimula as adolescentes a se tornar uma pessoa realista, com o slogan “Keep it Real” – “real” sendo uma pessoa que come carne bovina, preferivelmente de três a quatro vezes ao dia. Os visitantes também são candidatos a enviar cartões virtuais a seus “amigos reais” e a contar ao mundo porque são “garotas reais” (porque elas comem carne bovina, claro!).

“Nós esperamos que a campanha Cool to be Real ajude as adolescentes a tomar decisões mais saudáveis sobre os alimentos e a prática de exercícios”, disse a médica especialista em dieta e Diretora Executiva de Nutrição da NCBA, Mary Young. A NCBA, disse Young, está preocupada com as deficiências nutricionais do vegetarianismo.

Porém, ainda não se sabe se a instituição está obtendo sucesso em seu empreendimento junto às adolescentes norte-americanas. Este tipo de estímulo não é a melhor forma de agir quando se objetiva atingir a audiência adolescente. Uma pesquisa feita no início da década de noventa mostrou que as companhias com experiência no mercado adolescente que realizavam campanhas tradicionais de marketing não estavam obtendo sucesso; os jovens consumidores são muito “sabidos” para anúncios feitos na escola e muito cheios de ironias para se obter um retorno sincero.

Enquanto os espirituosos slogans sobre o que é “legal” não estão obtendo efeitos nos adolescentes normais, francas discussões sobre saúde podem funcionar. Novas descobertas feitas pela Universidade de Minnesota mostram que os adolescentes vegetarianos têm um estilo de vida menos consciente sobre questões de saúde do que aqueles que comem carne. Apresentado com um certo grau de sutileza, o estudo poderá obter sucesso não somente como um indicador da grande preocupação com a imagem do corpo e problemas de confiança entre os adolescentes que escolhem ser vegetarianos, mas também, como uma advertência aos jovens vegetarianos. As pessoas podem achar que estão comendo de forma mais saudável ao evitar as carnes, mas existem alguns problemas desta dieta pobre em proteínas: emagrecimento, cabelos quebradiços, problemas de pele, baixa energia. Estes são alguns problemas que as adolescentes precisam se preocupar – e a indústria de carnes precisa passar esta mensagem pró-carne de forma que atraia este público.

Fonte: Time.com (por Jéssica Reaves), adaptado por Equipe BeefPoint