As exportações de carne bovina no mês de abril foram maiores do que no mês anterior, mas ainda ficaram mais baixas que no ano anterior, de acordo com estatísticas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e compiladas pela Federação de Exportações de Carne do país (USMEF).
As exportações de carne bovina dos EUA no mês de abril foram maiores do que no mês anterior, mas ainda ficaram mais baixas que no ano anterior, de acordo com estatísticas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e compiladas pela Federação de Exportações de Carne do país (USMEF).
Embora a tendência geral para exportações tenham permanecido baixas, direcionadas por questões de acesso a mercados e sobre-oferta de produtos domésticos em importantes mercados, vários parceiros comerciais mostraram sinais positivos em abril.
As exportações ao Japão aumentaram bastante, com o país recuperando sua posição de mercado número um para a carne bovina americana pela primeira vez desde 2003. Ao mesmo tempo, Hong Kong manteve seu rápido ritmo de crescimento e Taiwan continuou sua recuperação com relação aos problemas relacionados à beta-agonistas que desaceleraram as exportações no ano passado.
Embora o aumento nas exportações ao Japão seja animador – aumento de 49% em volume e em 44% em valor com relação aos primeiros quatro meses de 2012 -, o presidente e diretor executivo da USMEF, Philip Seng, alertou que o Japão tem uma medida de segurança que aumentará as tarifas se os volumes de carne bovina importados aumentarem muito rapidamente. Essa medida, que foi utilizada pelo Japão em 2003 sob circunstâncias similares, permanece uma importante consideração para os exportadores americanos e importadores japoneses.
O volume de carne bovina exportada em abril foi de 86.433 toneladas, 9% a menos que no ano anterior e o valor exportado caiu em 7%, para US$ 434,8 milhões. Para o período de janeiro a abril, as exportações de carne bovina foram 2% maiores em valor (US$ 1,75 bilhão), apesar do declínio de 5% em volume (343.020 toneladas).
A suspensão por parte da Rússia das importações de carne bovina e suína dos Estados Unidos, que oficialmente fechou seu mercado em 11 de fevereiro, continua prejudicando o desempenho geral. A USMEF estima que esse impasse comercial, que está relacionado com a exigência da Rússia de uma política de tolerância zero para o uso de beta-agonistas, custou à indústria dos Estados Unidos cerca de US$ 97 milhões no valor das exportações de carne bovina e US$ 58 milhões nas exportações de carne suína até agora em 2013.
Junto com a falta de acesso para vender carne bovina para a China, essa é a maior barreira que se enfrenta em termos de acesso a mercados. Um fator muitas vezes esquecido é o efeito que essa suspensão tem nos preços dos produtos dos Estados Unidos que afeta outros mercados que não a Rússia. Por exemplo, os fígados bovinos vendidos ao Egito aumentaram em volume, mas em valor, caíram. O impacto é muito mais amplo do que muitos analistas percebem à primeira vista. Até abril, as exportações equivaleram a 9% da produção de cortes de músculo dos Estados Unidos e 12% incluindo miúdos – menos que as proporções do ano passado, de 9,6% e 12,7%. O valor exportado foi de US$ 217,54 por cabeça de gado gordo, 3% a mais que no mesmo período do ano anterior.
A indústria de carne bovina dos Estados Unidos continua capitalizando sobre seu recentemente expandido acesso ao Japão. Com as exportações em abril mais que dobrando com relação ao ano anterior, as exportações ao Japão aumentaram em 49% em volume (59.969 toneladas) e em 44% em valor (US$ 383,3 milhões) no ano. Isso tornou o Japão em destino líder para a carne bovina dos Estados Unidos em volume e em valor, passando à frente do Canadá.
As exportações de carne bovina dos Estados Unidos ao Canadá desaceleraram em abril, apesar de o volume (55.485 toneladas, +10%) e o valor (US$ 355.321, +15%) terem permanecido maiores que no ano anterior. As exportações a Hong Kong, que também recentemente expandiu o acesso à carne bovina dos Estados Unidos para incluir cortes com osso e alguns produtos de gado com mais de 30 meses de idade, aumentaram em 87% em volume (27.965 toneladas) e em 79% em valor (US$ 158,6 milhões) nos primeiros quatro meses do ano. Taiwan também continuou tendo um desempenho extremamente bom em 2013, com as exportações batendo o ritmo do ano anterior em 84% em volume (10.841 toneladas) e em 129% em valor (US$ 84,6 milhões). Embora as exportações a Taiwan tenham desacelerado em 2011 e 2012 devido a um impasse referente aos beta-agonistas, as exportações de janeiro a abril desse ano excederam o ritmo obtido quando esse mercado estava com o pico de desempenho.
Além do fechamento da Rússia, as exportações de carne bovina foram prejudicadas pela lenta demanda no México e na Coreia do Sul. No caso do México, o preço relativo a outras proteínas concorrentes continua sendo uma questão que tem se mostrado difícil de ser resolvida, à medida que as exportações declinaram em 22% em volume (56.766 toneladas) e em 25% em valor (US$ 242,7 milhões) comparado com o ano anterior. Na Coreia, a principal questão é o excesso de oferta de proteína doméstica, que criou um clima difícil para produtos importados. As exportações à Coreia caíram em 20% em volume (37.886 toneladas) e em 9% em valor (US$ 199,7 milhões). As exportações também caíram para a região da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) devido à fraca demanda no Vietnã e às barreiras comerciais na Indonésia. Isso foi parcialmente compensado pelo forte desempenho nas Filipinas, onde as exportações aumentaram em 16% em volume (4.730 toneladas) e em 35% em valor (US$ 21,3 milhões).
Fonte: USMEF, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.