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15 de março de 2005
Análise Semanal – 17/03/2005
17 de março de 2005

EUA: cadeia da carne apóia rastreabilidade obrigatória

Uma concordância geral de que a identificação de bovinos e um sistema de rastreabilidade de bovinos deveria ser obrigatório nos Estados Unidos com meta de 100% de adesão foi alcançado por mais de 200 líderes da indústria que participaram do 2005 Congresso Internacional de Pecuária de Corte, realizado em Houston, Texas, dias 2 e 3 de março.

Após apresentações descrevendo sistemas de identificação animal e rastreabilidade em sete países (Japão, México, Canadá, Austrália, Uruguai, Holanda e EUA), seis grupos “cluster” receberam informações de base e instruções do Dr. Gary C. Smith, da Universidade do Estado de Colorado. Smith descreveu 10 diferentes “propostas” para implementação de sistemas de identificação animal e rastreabilidade e descreveu um método para caracterização de sistemas (primeiramente descrito pelo Serviço de Pesquisa Econômica -ERS- do USDA), que fornece um delineamento da profundidade, extensão e precisão dos sistemas de identificação animal e rastreabilidade.

Profundidade se refere a “até onde para frente ou para trás” na cadeia de comercialização que a rastreabilidade é mantida; extensão se refere à “quantidade” de informações requeridas para serem coletadas pelo sistema para ser efetivo; e precisão se refere ao “grau de segurança” com o qual o sistema de rastreabilidade pode apontar o movimento de um produto alimentício particular ou suas características – a quantidade de verificação que é requerida para infundir confiança na efetividade do sistema de rastreabilidade.

Os grupos cluster então se reuniram para desenvolver “recomendações” para (a) padronização internacional; (b) expectativas de mercado e associações econômicas com sistemas de rastreabilidade animal; (c) propriedade pública versus particular dos dados de rastreabilidade; (d) provisões para implementação de novos sistemas de rastreabilidade; (e) foco e definição de um primeiro esforço do país para desenvolver um sistema de identificação, rastreabilidade e verificação; e (f) comunicação com os envolvidos no sistema de identificação e rastreabilidade.

Então, John Paterson, da Universidade do Estado de Montana, sumarizou as recomendações e conclusões consensuais da equipe. Finalmente, os participantes ouviram dos representantes do McDonalds, USDA e acadêmicos sobre os assuntos atuais associados às capacidades de identificação animal e rastreabilidade dos países.

De forma geral, os participantes internacionais expressaram que outros países viam a indústria de produção de carne bovina dos EUA como progressiva e receptiva à implementação de novas tecnologias para melhorar a qualidade e a segurança da carne. Apesar disso, os participantes concordaram que, em geral, os EUA estão atrás do restante do mundo na adoção de um forte sistema de identificação e rastreabilidade.

Apesar de alguns desacordos entre participantes individuais, o grupo, consistindo de pecuaristas, acadêmicos, associações comerciais, prestadores de serviços da indústria, representantes do governo e convidados internacionais, concordou que o sistema deveria ser eletrônico com acesso limitado e os dados controlados pelo governo, bem como começar com a data de nascimento dos bezerros e se estender aos frigoríficos, devendo inicialmente manter seu foco no fornecimento de informações necessárias para conter crises de saúde animal. Os campos de dados requeridos para controlar os assuntos relacionados à saúde animal incluiriam informações sobre identificação animal, identificação do local e informações de rastreabilidade referentes ao movimento do animal com relação ao tempo.

Os participantes também apoiaram o fato de que a implementação de um novo sistema de identificação animal e rastreabilidade nos EUA deveria ser confirmado e inspecionado por uma terceira parte. O sistema também deveria fornecer muitos campos adicionais para dados de entrada que permitam que informações privadas e confidenciais sejam adicionadas com a finalidade de marketing e diferenciação de produtos; essas informações, no entanto, também deveriam necessariamente estar sujeitas – em uma base voluntária – a um processo de verificação por uma terceira parte para cumprimento com gerenciamento de produção, idade do bovino, ou qualquer outro parâmetro que possa ser incluído como critério de comercialização e rotulagem nos produtos finais.

Fonte: Drovers, adaptado por Equipe BeefPoint

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