Por Derrell S. Peel, especialista em extensão de marketing pecuário da Universidade do Estado de Oklahoma.
Os mercados pecuários em 2015 passaram por uma transição do que foi 2014 e do que deverá ser 2016. A produção de carne bovina aumentará de 3% a 4% anualmente com relação aos níveis de 2015, que foram os menores desde 1993. A maior produção e carne bovina em 2016 ainda está em baixo número historicamente. Esse aumento começou com 2% com relação ao ano anterior no quarto trimestre de 2015. A produção de carne bovina crescerá mais na segunda metade de 2016, à medida que as colocações limitadas em confinamento limitarão a produção de carne bovina nos primeiros meses do ano.
A expansão do rebanho bovino foi agressiva em 2016. Os números anuais do estoque que serão divulgados em 29 de janeiro deverão confirmar o quanto isso foi agressivo e como será o cenário em 2016. A expansão do rebanho continuará em 2016, apesar de talvez um pouco mais lenta do que o esperado anteriormente como resultado da reviravolta do mercado no final de 2015. As ofertas de bovinos para engorda aumentarão em cerca de 1,2% com relação à safra de bezerros de 2015, mas serão moderadas pela contínua retenção de novilhas e menores importações de bovinos. As importações de bovinos do Canadá caíram em 27% com relação ao ano anterior em outubro e as importações de gado mexicano, apesar de ter ficado quase 5% maiores para o ano, caíram em cerca de 30% com relação ao ano anterior no quarto trimestre de 2015. A reconstrução do rebanho no Canadá e no México e os menores preços dos bovinos manterão baixas as importações de bovinos em 2016.
As mudanças no comércio de carne e a situação das carnes concorrentes modificarão o consumo de carnes de forma significativa com relação a 2015. Para carne bovina, o consumo de 2015 foi levemente maior com relação ao ano anterior à medida que um aumento nas importações de carne bovina mais do que compensaram a queda na produção. Em 2016, as importações bem menores de carne bovina irão compensar grande parte da maior produção doméstica e levar a um aumento esperado de 1% no consumo doméstico de carne bovina. As importações de carne bovina começaram a cair no final de 2015 com as importações em outubro (últimos dados) caindo em 13%, lideradas por uma queda de 33% nas importações da Austrália. As importações de carne bovina em 2016 deverão ser 12 a 15% menores que no ano anterior. As exportações de carne bovina deverão ser mais ou menos iguais aos níveis de 2015 após cair em quase 14% em 2015. A recuperação nas exportações de carne bovina será lenta, mas poderá começar em 2016. Os menores preços de carne bovina apoiarão as exportações, mas as contínuas preocupações econômicas globais, especialmente referentes à China, manterão o valor do dólar alto e limitarão as exportações de carne bovina (e outras carnes).
A produção total de carnes (incluindo carne bovina, suína e de aves) aumentarão em menos de 2% em 2016, comparado com 2,7% de aumento em 2015. Mais importante, a produção de carne bovina combinada com os impactos comerciais significa que o consumo total de carnes somente aumentará levemente em 2016 após um aumento de 4,5% em 2015. Embora a produção de carne bovina deverá ser a que mais aumentará, a situação geral do setor de carnes será mais favorável em 2016 comparado com 2015.
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.