A rápida implementação de controles de movimentos, a nível regional, tem um papel importante em parar ou desacelerar a rápida disseminação de doenças animais – como a febre aftosa -, de acordo com um artigo publicado na edição de março de 2014 da PLOS ONE.
O artigo avalia as opções de controle de movimentos, em uma escala continental, de uma epidemia como a de febre aftosa nos Estados Unidos e foi preparado pelo Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Universidade do estado do Colorado, Universidade de Warwick (Reino Unido) e Universidade Linköping (Sueia). Esse é o primeiro modelo quantitativo em escala nacional de movimentos de bovinos.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que afeta bovinos, e causa bolhas nos cascos e na boca. Embora a febre aftosa não esteja presente nos Estados Unidos desde 1929, continuamente são feitos esforços para evitar a introdução da doença de rápida disseminação, porque trata-se de uma das doenças animais que mais causa danos econômicos do mundo. De acordo com o USDA, se ocorrer uma epidemia de febre aftosa nos Estados Unidos, o impacto econômico poderia alcançar bilhões de dólares no primeiro ano, a menos que a doença seja detectada e erradicada imediatamente.
Assim, os autores do artigo revisaram os Certificados Interestaduais de Inspeção Veterinária (ICVI) para desenvolver uma rede de movimentos de bovinos no país e combinar isso com informações sobre a disseminação do vírus da febre aftosa para estimar que uma grande epidemia nos Estados Unidos poderia alcançar 40% das regiões do país e infectar mais de 120.000 regiões se não for controlada. Pois, assim que detectada a infecção, os envios de bovinos das áreas infectadas serão, provavelmente, proibidos para evitar mais disseminação.
De acordo com o artigo, com a rápida detecção, as barreiras de movimentos a nível de região, ao invés de a nível de estado ou nacional, reduzem substancialmente a extensão, o tamanho e o risco de infecção da epidemia, além de que, as barreiras de estados têm poucos benefícios adicionais. Entretanto, a detecção tardia favorece o uso da barreira a nível estadual para reduzir a disseminação da doença.
Como algumas doenças animais, incluindo a febre aftosa, afetam outras espécies, o artigo também cita que esforços futuros de coletas de dados nos Estados Unidos devem focar na potencial interação entre as indústrias pecuárias e a interação entre o movimento de longas distâncias e a disseminação local interespecífica.
Além da necessidade de mais informações relacionadas ao movimento de bovinos e a implementação de barreiras rápidas e efetivas de movimentos, o USDA informou que a vigilância orientada, estratégias de vacinação e outras medidas estão atualmente sendo avaliadas para melhorar a prevenção de doenças animais e planos de resposta. Assim, o USDA trabalha de perto com governos estatais e locais, outras agências federais, membros da indústria e outros oficiais do preparo para emergências no desenvolvimento de planos de preparação.
Confira artigo na íntegra em inglês
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.