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EUA: consequências de suposto caso de aftosa no país

O país não registra nenhum caso da doença desde 1929 e os especialistas estão trabalhando para manter a doença longe. Porém, hoje em dia, com mais movimentos internacionais de pessoas e animais e maior dependência dos mercados de exportação, o risco e as consequências de um surto seriam bem maiores.

Uma epidemia de febre aftosa nos Estados Unidos poderia fechar as exportações de carne bovina e suína e afetar profundamente os mercados do país por anos. O país não registra nenhum caso da doença desde 1929 e os especialistas estão trabalhando para manter a doença longe. Porém, hoje em dia, com mais movimentos internacionais de pessoas e animais e maior dependência dos mercados de exportação, o risco e as consequências de um surto seriam bem maiores.

Durante a conferência anual do Instituto Nacional para Agricultura Animal, oficiais da área de saúde animal do Governo do Estado e Federal dos Estados Unidos discutiram prevenção e planos de resposta relacionados à introdução de doenças animais externas, particularmente febre aftosa, no país.

Em meio a estas discussões, o diretor de comunicações da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF, sigla em inglês), Jim Herlihy, detalhou as consequências de um surto de aftosa nos Estados Unidos. Diante de sua posição na USMEF, Herlihy serviu como vice-presidente de comunicações na JBS/Swift, onde ele lidou com as repercussões do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em 2003 e vários recolhimentos de produtos relacionados à E.coli, de forma que ele está bem familiarizado com as respostas domésticas e internacionais a questões de doenças no setor de alimentos.

Herlihy começou destacando a importância das exportações aos mercados dos Estados Unidos. Durante 2011, ele disse que viu exportações recordes de carne bovina, suína e de cordeiro, com o valor totalizando US$ 11,5 bilhões. Os Estados Unidos exportaram cerca de 14% da produção de carne bovina e 27% da produção de carne suína.

Virtualmente, todo esse comércio pararia, pelo menos em curto prazo, se a febre aftosa aparecesse nos Estados Unidos. A maioria dos mercados de exportação imediatamente fecharia, com alguma variação em sua flexibilidade e retomada do comércio assim que a doença estivesse sob controle. Herlihy disse que em um dado momento, cerca de 117 milhões de quilos de carne bovina, suína e de cordeiro ficam em trânsito, em contêineres enviados a clientes internacionais. Após um surto da doença, todo esse produto provavelmente retornaria aos Estados Unidos, onde ficaria a questão de o que fazer com isso. O consumo doméstico ou o envio a mercados alternativos de exportação são possibilidades, mas com poucas probabilidades de serem um destino provável.

Herlihy destacou as respostas prováveis de países individuais que atualmente importam carnes dos Estados Unidos:

– Japão: embargo imediato e retomada lenda das importações de carne.

– China: pelo menos um fechamento temporário às importações de carne suína. A China ainda não abriu seu mercado à carne bovina dos Estados Unidos, mas é o segundo maior mercado de exportação de carne suína.

– Coreia do Sul: considerando o impacto de seu surto doméstico de febre aftosa, que levou ao abate de um terço dos rebanhos suínos do país, a Coreia do Sul imporia uma barreira imediata às carnes dos Estados Unidos.

– União Europeia (UE): A UE poderia estar disposta a um plano de regionalização, aceitando carne de regiões dos Estados Unidos certificadas como livres de aftosa, mas Herlihy disse que não há um plano de regionalização em prática.

– México: uma barreira imediata é provável, sem provisões para regionalização.

– Oriente Médio: os países dessa região provavelmente responderiam de acordo com o nível da epidemia.

– Rússia: uma barreira imediata seria provável, com um período incerto para a recuperação desse mercado.

– Vietnã: esse é o único país que Herlihy disse que pode não impor uma barreira. O Vietnã atualmente tem febre aftosa em seus rebanhos, assim como vários outros países, que atualmente importam carnes dos Estados Unidos.

Herlihy disse que as barreiras de importação após o caso de EEB em 2003 nos Estados Unidos resultaram em cerca de US$ 12 bilhões em perdas na receita de vendas nos últimos nove anos. De acordo com estimativas do Instituto de Pesquisa Política em Agricultura e Alimentos, um surto de febre aftosa nos Estados Unidos poderiam impactar os mercados dos Estados Unidos em US$ 12,9 bilhões em um ano.

A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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