O embargo da Rússia à carne de frango dos Estados Unidos está causando uma queda nos preços das carnes bovina e suína no mercado norte-americano. A principal razão disso é que o embargo forçou os estabelecimentos de varejo do país a diminuir bastante os preços das carnes de frango e peru, a fim de vender os produtos que deveriam ter sido exportados à Rússia.
Neste contexto, os consumidores estão optando por adquirir a carne de frango, que está com preços baixos, em detrimento das carnes bovina e suína, resultando em um excesso de oferta destes produtos, segundo o economista da Universidade do Estado de Iowa, Mike Duffy.
A Rússia retirou o embargo à carne de frango norte-americana oficialmente na segunda-feira passada, após semanas de negociações com representantes do governo dos EUA, mas alertou que ainda não está totalmente satisfeita com a qualidade desta carne. Os veterinários da Rússia alegaram que as condições sanitárias de produção de carne de frango nos EUA são ruins, e fizeram objeções contra o uso de antibióticos e aditivos alimentares na produção das aves. Entretanto, os preços da carne de frango dos EUA continuam baixos.
Com relação à carne suína, houve queda de 61,72 centavos de dólar por quilo do animal vivo, ou US$ 32 por animal, apesar do preço desta carne ter apresentado tendência de alta no início do ano, de 88,18 centavos por quilo.
Os preços da carne bovina também apresentaram queda. Os animais estão sendo comercializados por cerca de US$ 65 por cabeça, comparado com o preço de US$ 75 por cabeça, pelo qual os animais estavam sendo vendidos há mais de um mês.
Segundo Duffy, este embargo expôs a vulnerabilidade da indústria de alimentos dos EUA. Apesar da Embaixada dos EUA em Moscou tere dito que não sabe porque a Rússia proibiu as importações de carne de frango do país, alguns economistas norte-americanos suspeitam que esta medida russa foi uma retaliação contra as tarifas de importação de aço, impostas pelos EUA. A administração de Bush anunciou, no mês passado, tarifas de importação de aço de mais de 30%. A União Européia e o Japão apresentaram uma queixa junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), contra essas tarifas, argumentando que elas não são justas.
Fonte: Associated Press Writer (por Emily Gersema), adaptado por Equipe BeefPoint