Os estabelecimentos de varejo dos Estados Unidos estão ganhando uma parte do mercado de venda de alimentos, devido à queda na demanda por refeições feitas em redes de fast food, como mostra um novo estudo feito pelo Instituto de Marketing de Alimentos (FMI), divulgado durante a Convenção Norte-americana dos Supermercados, ocorrida na semana passada.
O estudo, intitulado “Tendências nos Estados Unidos: Atitudes dos Consumidores e Supermercados em 2002”, informou que, após os acontecimentos que acometeram o país em 11 de setembro do ano passado – os ataques terroristas feitos contra os EUA – os consumidores apresentaram uma redução na preferência e na incidência das refeições feitas em redes de fast food.
“Muitos consumidores estão inclinados a preparar alimentos em casa, com as redes de restaurantes fast food perdendo terreno de forma significante”, informou o estudo.
Algumas estatísticas demonstram este fato. Os consumidores norte-americanos que estão preparando suas refeições em casa pelo menos 3 vezes por semana corresponderam a 85% durante os três primeiros meses de 2002, um salto com relação ao mesmo período de 2001, quando 74% deles tinham esse comportamento. Aqueles que se alimentam em fast food 1 vez por semana ou mais, caíram de 38% para 32%. A pesquisa mostrou que a compra de alimentos prontos e as entregas a domicílio também diminuíram.
O estudo também analisou as razões para este decréscimo na participação das redes de fast food na alimentação do consumidor norte-americano, sendo que o FMI citou a preocupação das pessoas com a saúde e a menor disponibilidade de renda como possíveis fatores.
Neste cenário, os estabelecimentos de varejo estão ganhando participação no mercado, pelo menos uma parcela temporária deste mercado, enquanto os gastos com alimentos feitos pelos norte-americanos, de forma geral, diminuíram. Em janeiro, o orçamento médio feito para compra de alimentos foi de US$ 85 por semana – semelhante aos gastos de 2 anos atrás – enquanto que, em 2001, o gasto era de US$ 91 semanais.
Os consumidores dos EUA estão também mostrando uma preferência por marcas mais baratas de produtos, as marcas próprias dos supermercados. Os baixos preços estão, agora, atados à qualidade do produto, classificados como a prioridade número 3 dos consumidores na seleção dos supermercados, atrás da limpeza e da qualidade do produto.
A pesquisa também confirmou que, mesmo quando pretendem cozinhar o alimento em casa, os consumidores preferem alimentos mais convenientes. Quase metade dos alimentos preparados nas casas dos norte-americanos é feita em 30 minutos ou menos, enquanto os consumidores procuram cada vez mais kits de alimentos pré-cozidos e refeições pré-cozidas, como carnes prontas para aquecer e comer, entre outros.
O estudo foi feito através de uma pesquisa por telefone, que entrevistou cerca de 2 mil consumidores, durante o primeiro quarto do ano.
Fonte: MeatingPlace.com (por Bill McDowell), adaptado por Equipe BeefPoint