A Rússia não pretende abandonar suas reivindicações sobre a presença de ractopamina em produtos de carne dos Estados Unidos. O secretário do órgão de inspeção da Rússia, Alexei Alexeyenko, disse que enquanto os Estados Unidos não estiverem prontos para ter um diálogo construtivo sobre o assunto, as exportações dos Estados Unidos à Rússia se manterão restritas.
A Rússia não pretende abandonar suas reivindicações sobre a presença de ractopamina em produtos de carne dos Estados Unidos. O secretário do órgão de inspeção da Rússia, Alexei Alexeyenko, disse que enquanto os Estados Unidos não estiverem prontos para ter um diálogo construtivo sobre o assunto, as exportações dos Estados Unidos à Rússia se manterão restritas.
A União Europeia (UE), a Rússia e a China, entre outros países, votaram contra a decisão do Código Internacional de Alimentos de permitir algum teor residual de ractopamina em carnes. Essa foi a primeira vez que uma questão séria de segurança alimentar foi resolvida por um simples voto. Somente os Estados Unidos e os países que são economicamente dependentes são a favor de que a ractopamina é segura.
Segundo o secretário, a ractopamina pode causar mudanças significativas no corpo humano. É um beta-adrenoestimulante e temos muitas pessoas com doenças cardíacas que tomam medicamentos com o efeito exatamente oposto. Ele acrescentou que a ractopamina é proibida em 160 países em todo o mundo e permitida em somente 26
Representantes do órgão de inspeção da Rússia enfatizaram que ocorre uma ausência de um diálogo construtivo com os Estados Unidos nesse assunto. De acordo o analista de agricultura da Rússia, Engene Gerden, os Estados Unidos não entendem que, sem certas ações, a barreira às importações de carne, que é prejudicial à indústria de carne bovina do país, não será removida. Enquanto eles se recusarem a negociar, continuarão perdendo dinheiro.
O inspetor-chefe sanitário da Rússia, Gennady Onishchenko, disse também que os Estados Unidos têm a capacidade de fornecer carne sem ractopamina à Rússia. Ele afirma que existe carne sem ractopamina que é enviada à Europa. A pressão sobre os Estados Unidos para reconsiderar seu posicionamento com relação à ractopamina aumentou na semana passada, quando a China notificou ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sua intenção de implementar a política de tolerância zero para resíduos de ractopamina nas exportações de carne suína.
Em uma recente afirmação em seu site, a Federação de Exportações de Carnes dos Estados Unidos (USMEF) alertou que, para cumprir com as políticas de tolerância zero da Rússia e da China, os produtores americanos seriam forçados a segregar carne de animais que receberam ractopamina da carne dos que não foram, o que adicionaria custos extras aos frigoríficos, além das perdas aos produtores que escolherem não usar o medicamento.
A USMEF admitiu que as perdas dos mercados russo e chinês poderiam levar a grandes perdas financeiras para a indústria dos Estados Unidos e disse que outros mercados, como Taiwan e UE, também têm restrições à ractopamina em importações. Entretanto, a Federação defendeu o comércio baseado em ciência, destacando que a adoção rápida de novas tecnologias, como a ractopamina, permitiu que as exportações melhorassem as eficiências e a produtividade e suprissem as demandas dos clientes.
Segundo a USMEF, as exportações à Rússia somente deverão ser retomadas se os governos do Reino Unido e da Rússia puderem concordar com um programa pelo qual o USDA certifica as exportações livres de resíduos de ractopamina. Porém, muitas indústria estão preocupadas com um programa como esse, pois abriria precedentes que poderiam ser seguidos por outros países.Para eles, seria importante para o Governo dos Estados Unidos continuar defendendo o princípio do comércio baseado em ciência e pressionar outros governos a respeitar a opinião científica internacional sobre segurança e baixo risco desses compostos quando utilizados adequadamente.
A reportagem é do http://www.globalmeatnews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.