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EUA investem US$ 5 milhões em pesquisas para melhorar eficiência alimentar dos bovinos

A sustentabilidade da indústria de carne bovina continua sendo uma questão real na agricultura hoje em dia. Nesse contexto, um subsídio de US$ 5 milhões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) - Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura (NIFA) dentro da Iniciativa de Pesquisa em Agricultura e Alimentos foi concedido a um grupo multidisciplinar de pesquisadores de oito instituições para desenvolver uma tecnologia baseada no DNA para prever o mérito genético da eficiência alimentar.

A sustentabilidade da indústria de carne bovina continua sendo uma questão real na agricultura hoje em dia. Nesse contexto, um subsídio de US$ 5 milhões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) – Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura (NIFA) dentro da Iniciativa de Pesquisa em Agricultura e Alimentos foi concedido a um grupo multidisciplinar de pesquisadores de oito instituições para desenvolver uma tecnologia baseada no DNA para prever o mérito genético da eficiência alimentar.

“Atualmente, não temos ferramentas altamente efetivas para melhorar a eficiência alimentar, o que pode levar a um aumento nas emissões de gases de efeito estufa e demanda por mais terras para produzir alimentos”, disse o pesquisador de genética animal da Faculdade de Agricultura, Alimentos e Recursos Naturais da Universidade de Missouri, Jerry Taylor. “Historicamente, a única forma que temos de melhorar a eficiência do crescimento do gado seria seletivamente criar os animais que cresciam mais rápido. Embora essa opção reduza o tempo que demora para trazer o animal ao mercado, isso não lida com uma questão fundamental que é melhorar a eficiência de conversão de nutrientes da dieta em carne”.

Nesse estudo, dados fenotípicos serão coletados de 8.000 animais representando oito raças, incluindo Angus, Red Angus, Simental, Gelbvieh, Charolês, Heregord, Limousin e Wagyu. Os pesquisadores avaliarão ingestão, desempenho e características da carcaça. Além disso, coletarão amostras de DNA para mapeamento genético. Depois que os dados forem compilados, a meta da equipe é gerar ferramentas e conhecimento que permita uma seleção genética para eficiência alimentar.

Entretanto, um dos maiores desafios da pesquisa de eficiência alimentar é a necessidade de coletar e mediar a ingestão individual de alimentos pelos animais, disse o professor assistente do Departamento de Ciência Animal da Universidade de Illinois, Dan Shike. Os animais são alimentados em currais e é difícil determinar a ingestão individual que é necessária para calcular a eficiência.

“Para completar esse estudo, precisamos de informação de milhares de animais para ter uma amostra representativa de fenótipos com a qual trabalhar”, disse Shike, dizendo que a Universidade pode obter os dados de ingestão individual de alimento pelos animais dentro do curral. A Universidade de Illinois tem um dos maiores centros de pesquisa de carne bovina do país e poderá coletar dados de mais de 3.200 cabeças de Simental, Angus, Red Angus e Charolês.

Eles também planejam avaliar as diferenças de ingestão entre dietas baseadas em concentrado e dietas baseadas em forragem para ver como elas se relacionam umas com as outras. Isso é importante, porque o rebanho bovino consome principalmente forragem quando comparado com dietas ricas em concentrado em estabelecimentos de engorda, disse o professor do Departamento de Ciência Animal da Universidade de Illinois, Dan Faulkner.

A eficiência alimentar é uma característica complexa que leva muitos fatores em consideração. Essa característica considera ingestão, ganho, especificidade do hospedeiro para populações microbianas no rúmen, balanço de proteínas, produção de calor e uma lista de coisas que melhorarão a eficiência alimentar, disse Faulkner. Centenas de genes trabalham juntos para regular a eficiência alimentar.

“Nossa meta é desenvolver uma tecnologia baseada no DNA que as associações de raças possam usar para desenvolver DEPs com estas informações”, disse Faulkner. “Uma vez que os produtores de raças puras incorporarem essas DEPs nas decisões de seleção, veremos mais touros sendo utilizados com maior eficiência alimentar. Isso, então, será transferido à indústria comercial”.

Shike acredita que essa pesquisa é crítica para o futuro da indústria de carne bovina. “Para garantir que podemos produzir os alimentos demandados pelo mundo de forma mais eficiente na mesma quantidade de terra, temos que encontrar maneiras de utilizar com mais eficiência nossos alimentos disponíveis”.

A melhora na eficiência alimentar também reduzirá a quantidade de metano por quilo de carne bovina produzido, disse ele. A redução da quantidade de alimentos consumidos por quilo de carne produzida diretamente reduz a emissão de metano. “Explorar formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e desenvolver um sistema mais sustentável que final será mais lucrativo e eficiente de produzir bovinos de corte é bom para todos”, disse Shike.

A reportagem é do http://www.cattlenetwork.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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