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EUA: novos canais de venda revolucionam varejo

Mais uma prova de que o varejo anda de cabeça para baixo foi apresentada na tarde de ontem na Convenção da NRF(National Retail Federation, a associação norte-americana de varejo) em Nova Iorque, por 2 professores do Departamento de Marketing Alimentício da Universidade de Saint Joseph. Segundo Richard George e John Stanton, todo mundo está vendendo comida e ganhando dinheiro com isso, para desespero dos supermercados tradicionais.

A Amazon.com passou a comercializar comida. A Home Depot vende não só o grill para o churrasco do fim de semana – vende também a carne e os temperos. Estratégia semelhante foi usada pela Wal Mart, que deu US$ 30 em carne para quem comprasse uma churrasqueira.

Algumas creches criaram um espaço para vender comida semi pronta, uma idéia para ajudar as mães apressadas que pegam seus filhos depois do trabalho e ainda precisam pensar no que dar de comer as crianças e ao marido.

Se você somar a tudo isso fatos como a Starbucks vendendo música, supermercados aumentando sua área de vestuário e cafés e bares proliferando dentro de lojas de moda, fica claro que muito do que se sabia sobre varejo precisa ser urgentemente repensado.

A concorrência pode vir de onde menos se espera e o foco será cada vez mais no estilo de vida e necessidades dos clientes – e não em linhas de produtos. O consumidor, por sua vez, quer mais conveniência. Além de qualidade, serviço e preço justo, naturalmente. A notícia é de Luiz Alberto Marinho, especialista em branding no varejo, para o site Blue Bus.

Comentário BeefPoint: No Brasil a concentração do varejo é uma realidade que impacta na rentabilidade de outros elos da cadeia da carne bovina. Identificar novos (e não convencionais) canais de distribuição pode ser uma boa idéia para aumentar vendas, lucratividade e melhorar o posicionamento da carne bovina. A tendência norte-americana apresentada por Marinho pode ser explorada pelos frigoríficos brasileiros aqui no mercado interno.

0 Comments

  1. Dartangnan Aquino disse:

    A matéria do artigo EUA: novos canais de venda revolucionam o varejo, inicia dizendo que dois professores de uma universidade apresentaram o assunto em uma convenção. Me parece que no país que é o maior produtor de carne do mundo, as universidades estão tratando deste assunto em nível de especialização e muito pouco em nível de graduação, e são poucos os profissionais do marketing na área de carnes .Se não expandirmos a profissionalização nesta área, entraremos em colapso na comercialização da crescente produção de carne do país.

    Temos que ser bem mais profissionais, pois nossa grande dificuldade está no desconhecimento, para começar, de nosso mercado interno que absorve 80% da nossa produção de carne bovina. Vendemos no mercado externo porque temos preços baixos, na maioria das vezes com sacrifício do produtor que investe na qualidade do produto, visando a conveniência do consumidor.

    Chegamos até aqui, e agora precisamos avançar cada vez mais rápido ou seremos sufocados por nossa própria inércia.

  2. José Cláudio Ivantes disse:

    Por que frigorífico? Nós produtores poderemos suprir com vantagem este espaço do mercado. Pois penso que a princípio, as vendas seriam pequenas e os produtores através de cooperativas (já temos aqui) poderiam usufruir deste mercado. Estamos sempre pressionados pelas grandes redes de frigoríficos. Nos impondo preços e nos cobrando fundo rural e não recolhendo. Isso tudo nos dificulta a entrada de nosso produto no mercado. Visto que a cooperativa não sonega e nem trabalha com desonestidade na balança.

    Estamos conseguindo trabalhar no mercado porque oferecemos uma carne diferenciada, ou seja novilhos e novilhas precoce, com no máximo dois dentes definitivos e com uma cobertura de gordura de 3 mm a 10 mm. Por esse motivo estamos conseguindo mercado. Enquanto, se vendermos para os frigoríficos não nos pagam nada a mais do que o normal.

  3. Marcio Sena Pinto disse:

    Interessantes essas informações. Contudo, em Goiânia existe frigorífico com teleentrega de carne com preço igual ou, na maioria dos cortes, com preços maiores que dos supermercados.